"Misericordiosos como o Pai” é o programa de vida proposto pelo papa Francisco para o Ano Santo. “De fato, na misericórdia – se lê na Bula de proclamação –, temos a prova de como Deus ama. Ele dá tudo de Si mesmo, para sempre, gratuitamente e sem pedir nada em troca. Vem em nosso auxílio, quando O invocamos. (…). E a ajuda d’Ele consiste em fazer-nos sentir a sua presença e proximidade” (MV 14). E é este rosto de Amor – Misericórdia que revela plenamente a Paternidade de Deus. Deus é Amor: é a centelha inspiradora na origem do carisma da unidade, que o Espírito Santo na nossa época doou a Chiara Lubich. (…) Então, Chiara descobre não um Deus distante, inacessível, estranho à sua vida, mas o rosto paterno d’Ele (…). Portanto, tudo o que acontece é visto como realização do seu plano de amor sobre cada um, como prova tangível do seu olhar vigilante, da sua presença e proximidade. “Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados” (Mt 10,30). É um amor paterno que provê a todas as necessidades, inclusive as mais insignificantes, até preencher também os vazios deixados pelas nossas imperfeições, pelas nossas faltas, pelos nossos pecados. É o rosto do Pai misericordioso que – mediante o Filho encarnado – se manifesta, que revela plenamente o seu amor de misericórdia.
Episódios evangélicos sobre a misericórdia
Nos vários documentos magisteriais dedicados ao tema da misericórdia, se faz sempre referência àquelas passagens evangélicas que melhor o ilustram. Um exemplo clássico é a parábola do filho pródigo (Lc 15,11-32). (…) Uma vez, Chiara se encontrou ilustrando esta parábola a um numeroso grupo de jovens reunidos na Catedral de Paderborn, na Alemanha. Foi no dia 12 de junho de 1999. Eis as suas palavras:
“O pai do filho pródigo devia ter muito trabalho: administrar a fazenda, seguir os empregados, a família, mas a sua atitude principal era a da espera, da espera do filho que tinha ido embora. Todos os dias ele subia à torre de sua casa e olhava ao horizonte. O Pai Celeste faz o mesmo conosco. Imaginem, jovens, se puderem, a divina, altíssima e dinâmica vida trinitária de Deus, a sua atividade contínua para sustentar a criação, para dar o lugar a quem sobe ao Paraíso.
E no entanto, ele faz sobretudo uma coisa: ele espera. Quem? Nós, eu, vocês, especialmente se nos encontrássemos afastados dele. Um belo dia aquele filho, que o pai terreno tanto amava, tendo esbanjado todos os seus bens, volta para casa. O pai o abraça, o veste com uma roupa fina, coloca um anel em seu dedo, pede que se prepare um novilho gordo para a festa.
O que isso nos faz pensar? Que Ele deseja ver o seu filho todo renovado. Não quer mais lembrar como ele era antes. E não só quer perdoá-lo, mas chega até mesmo a esquecer o seu passado. Este é o seu amor por ele na parábola. Assim é o amor de Deus Pai por nós na vida: nos perdoa e esquece”.
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