"Eu daria tudo que tivesse pra voltar aos dias de criança. Eu não sei pra que a gente cresce se não sai da gente essa lembrança..." (Ataulpho Alves)
04 abril 2020
Lançar sobre Deus todas as preocupações
Caros amigos, Espero que todos nos tenhamos esforçado por fazer a vontade de Deus, mesmo nas situações mais difíceis. Espero que tenhamos algum ato generoso e magnânimo para oferecer a Deus. Como vocês sabem, para alcançar a santidade não são suficientes virtudes vividas de qualquer maneira, mas virtudes vividas de modo sublime, heroico. Ora, uma das maneiras de realizar a vontade de Deus nos momentos difíceis é a que tratarei hoje com vocês. Sabemos que a nossa espiritualidade (que é o nosso caminho de santidade) é totalmente baseada num ponto que praticamente lhe deu origem: a fé no amor de Deus! Sermos conscientes de que não estamos sós, não somos órfãos, porque acima de nós existe um Pai que nos ama. Uma das aplicações desta fé acontece quando temos alguma preocupação ou quando estamos apreensivos por algum motivo. Às vezes é o medo do futuro, são as preocupações com a saúde, os alarmes por possíveis perigos, a apreensão pelos nossos parentes ou pelo trabalho, a incerteza quanto a atitudes a tomar, o sobressalto diante de notícias negativas, os temores de toda espécie. Pois bem, nestes momentos, precisamente nestes momentos de suspensão, Deus quer que acreditemos no seu amor e pede a nós, um ato de confiança. Se somos realmente cristãos, Ele deseja que tiremos proveito destas circunstâncias dolorosas para demonstrar-lhe que acreditamos no seu amor. Isto significa acreditar que Ele é nosso Pai e cuida de nós; significa, portanto, lançar nas suas mãos todas as nossas preocupações; descarregá-las sobre ele. A Escritura diz: "Lançai sobre Ele toda a vossa preocupação, porque é Ele que cuida de vós" (1 Pd 5,7). Praticamente - como afirma um comentário a respeito -, assim como se descarrega um peso sobre um animal de carga, da mesma forma oscristãos devem descarregar as suas preocupações no Pai do celeste. O fato é que Deus é Pai e deseja a felicidade de seus filhos. Por este motivo Ele mesmo assume sobre si todos os seus pesos. Além disso, Deus é Amor e quer que seus filhos sejam amor. Ora, todas as preocupações, ansiedade, temores bloqueiam a nossa alma, fecham-na sobre si mesma e impedem que ela se abra para Deus, fazendo sua vontade, e que se abra para o próximo, “fazendo-se um” com ele para amá-lo como convém. Nos primeiros tempos do Movimento, quando a pedagogia do espirito Santo estava começando a nos ensinar os primeiros passos no caminho do amor, o “lançar todas as preocupações nas mãos do pai celeste” era algo do dia-a-dia, que se repetia várias vezes ao dia. De fato, deixávamos um modo de viver meramente humano que tínhamos mesmo sendo cristãs – para penetrar num modo de viver sobrenatural, divino. Começávamos a amar. E as preocupações são empecilhos ao amor. O Espirito Santo devia ensinarnos um modo de eliminá-los. E de fato nos ensinou! Lembro-me que dizíamos: Assim como não podemos segurar uma brasa ardente na mão, mas a largamos imediatamente para não nos queimarmos, do mesmo modo, com a mesma pressa, devemos lançar no Pai cada preocupação. E não me lembro de alguma preocupação entregue ao coração do Pai, de que ele mesmo não tenha cuidado. Caros amigos, nem sempre é fácil crer, acreditar no amor de Deus, mas devemos nos esforçar por fazê-lo em todas as situações, mesmo nas mais emaranhadas. Também nessas ocasiões assistiremos às intervenções de Deus. Ele não nos abandonará, mas cuidará de nós. Sei de muitos entre nós que se encontram em situações difíceis. É principalmente para eles este pensamento espiritual. Mas é também dirigido a todos. Quantas circunstâncias devemos enfrentar na vida! Quantas necessidades das quais precisamos que um Outro cuide de nós! Entreguemos, então, a ele todas as preocupações e seremos livres para amar. Correremos mais no caminho do amor, o qual, como sabemos, nos conduz à santidade.
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