As cartas que circulavam entre as primeiras focolarinas, muitas das quais conservadas até hoje, traduzem a veemência do amor por esse grande ideal, amor completamente desinteressado que o Senhor pusera em nosso coração. Aliás, elas já faziam prever os frutos que Jesus Abandonado, amado e vivenciado, poderiam produzir. Estava escrito numa delas:
No cumprimento da vontade de Deus que se concentra no amor de Deus e do próximo, a ponto de sermos consumados na unidade, encontraremos a cruz em que nos devemos crucificar. Não temamos! Pelo contrário, alegremo-nos! É a nossa meta! Jesus precisa de almas que saibam amar assim: que o escolham, não pela alegria que o fato de segui-lo traz, não pelo Paraíso que nos prepara e pelo prêmio eterno, não para nos sentirmos tranqüilos. Não. Somente porque a alma sedenta do verdadeiro amor quer consumar-se com a Alma dele, com aquela Alma divina, atormentada até a morte, obrigada a gritar “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” Temos uma vida só, e além do mais, breve. Depois, o Paraíso. Depois, sempre com Ele. Seguiremos o Cordeiro aonde quer que vá! Não nos cause medo o sofrer. Pelo contrário. Mas busquemos o sofrer que a vontade de Deus nos oferece; […] aquela vontade de Deus que é amor recíproco: o Mandamento Novo, a pérola do Evangelho! Em nome de Jesus, peçamos ao Eterno Pai a graça de que se apresse a hora de sermos todas uma coisa só, um só coração, uma só vontade, um só pensamento. […] E Deus viverá entre nós: haveremos de senti-lo. Deliciar-nos-emos com a sua presença, e Ele nos dará a sua luz, inflamar-nos-á com o seu amor!
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