NOITES DE UM SONHO
"Eu daria tudo que tivesse pra voltar aos dias de criança. Eu não sei pra que a gente cresce se não sai da gente essa lembrança..." (Ataulpho Alves)
19 fevereiro 2024
Meditação e experiência - Igino Giordani
05 outubro 2023
ACENDE-SE UMA CÉLULA VIVA
09 setembro 2023
Meditação e experiências
22 junho 2023
Chiara Lubich: Só Deus é tudo!
05 junho 2023
Giordani e a família
02 abril 2023
Sem limites
Amemos o irmão. Os irmãos são a nossa grande oportunidade. Não percamos nenhuma, ao longo de todo o dia.
Amemos aqueles a quem costumamos dirigir nosso cuidado pelo fato de os vermos fisicamente ao nosso lado.
Amemos aqueles que talvez não estejam à nossa vista. Por exemplo, aqueles de quem falamos ou se fala, aqueles de quem nos lembramos ou por quem rezamos, aqueles de quem temos alguma notícia no jornal ou na televisão, aqueles que nos escrevem ou a quem escrevemos, aqueles a quem se destina o trabalho que nos ocupa dia após dia…
Amemos os vivos e aqueles que já não estão mais na terra.
21 fevereiro 2023
Quaresma
A Quaresma é um período muito importante para a Igreja Católica e outras denominações cristãs que seguem essa tradição religiosa. É um tempo de reflexão, oração, jejum e penitência que começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa.
Durante a Quaresma, os fiéis são convidados a se afastar das distrações do mundo e a se concentrar em sua vida espiritual. É um tempo para se examinar a consciência, refletir sobre nossas falhas e buscar o perdão de Deus. Muitos fiéis escolhem fazer algum tipo de sacrifício ou abstinência durante esse período, como deixar de comer carne ou dedicar mais tempo à oração.
A Quaresma é um tempo de preparação para a Páscoa, a festa mais importante do calendário cristão. A Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo, que é a base da fé cristã. Durante a Quaresma, os fiéis são convidados a meditar sobre a morte e a ressurreição de Jesus e a se preparar para celebrar esse evento com mais intensidade.
Além do jejum e da penitência, a Quaresma também é um tempo de caridade e de ajuda ao próximo. Os fiéis são convidados a praticar obras de misericórdia, como visitar os doentes, dar esmolas aos pobres e ajudar os necessitados. Essas obras são vistas como uma forma de imitar Jesus Cristo, que dedicou sua vida aos mais fracos e necessitados.
Ao longo da Quaresma, a Igreja oferece muitas oportunidades para os fiéis se reunirem em oração e reflexão. Há missas especiais, como a Via Sacra, que medita sobre o sofrimento de Jesus na cruz, e a celebração da reconciliação, que oferece aos fiéis a oportunidade de confessar seus pecados e buscar o perdão de Deus.
Em resumo, a Quaresma é um período muito importante para a Igreja Católica e outras denominações cristãs. É um tempo de reflexão, oração, jejum e penitência que nos ajuda a nos preparar para a Páscoa e a fortalecer nossa vida espiritual. Que todos possamos aproveitar esse tempo de graça e renovação para nos aproximarmos mais de Deus e de nosso próximo.
11 fevereiro 2023
Rezar com confiança
07 fevereiro 2023
A capacidade humana
06 fevereiro 2023
O amor ágape
18 janeiro 2023
Voltando
15 novembro 2022
Ser e criar comunidade
Focolares no mundo
Assim como as primeiras comunidades cristãs, surgem, no espírito do Movimento dos Focolares, comunidades locais em todas as partes do mundo onde há um grupo, mesmo que pequeno, de pessoas que aderem à espiritualidade da unidade.
Emmanuel Mounier, filósofo francês, fundador do personalismo, que viveu na primeira metade do século passado, disse: “A primeira experiência do indivíduo é a experiência da segunda pessoa: o Tu, e, portanto, o nós vem antes do eu, ou, pelo menos, o acompanha”. Isso quer dizer em duas palavras: ser comunidade.
É um desafio que os grupos do Movimento dos Focolares procuram levar adiante em diversas partes do mundo, dos grandes centros até cidadezinhas e vilarejos nas montanhas ou em meio às grandes planícies do planeta.
Foi uma sensação muito forte a que provei há um tempo, ao chegar a uma pequena cidade no interior argentino. Estive ali para visitar um centro para adolescentes com deficiência e, enquanto entrava, me dava conta pouco a pouco da presença de uma comunidade viva, unida por fortes vínculos de fraternidade. Uma comunidade ativa e presente nos vários ambientes da cidadezinha: no clube, na paróquia, na prefeitura, na escola. Adultos, jovens e crianças juntos, sem distinção. E isso não ocorreu só naquela ocasião. Aconteceu outras vezes, ao visitar várias partes do mundo.
Em Namibe, na Angola, as comunidades locais se uniram para desenvolver várias atividades, encorajadas pelos desafios discutidos durante a Assembleia Geral do Movimento dos Focolares de 2021, a fim de ir ao encontro do grito da humanidade sofredora que espelha o vulto de Jesus abandonado.
Assim, os adultos preparam e distribuem mensalmente uma sopa “solidária” a quem tem mais necessidade, dividindo as tarefas entre os vários membros da comunidade. É uma atividade desenvolvida com a igreja local, à qual se juntou também uma arrecadação de roupas e utensílios para a casa a serem doados a quem precisa.
Enquanto isso, os jovens se tornaram promotores de um centro para crianças abandonadas, mais de 30, entre os 5 e 17 anos. Arrecadam, mensalmente, alimentos e artigos para a casa, enquanto outros adolescentes, respondendo ao grito do planeta, cuidam de recolher garrafas de plástico de água mineral (hoje muito consumidas e jogadas pelas ruas da cidade) para depois entregá-las a quem, pelas dificuldades, fez disso uma verdadeira atividade de trabalho. Recebem a ajuda dos adultos na mobilização de famílias, colegas de bairro, colegas de trabalho, para entregar gratuitamente as garrafas vazias.
A comunidade de Tombwa, também na Angola, se concentra especificamente na organização da limpeza e coleta de lixo na cidade, cuidando da vida das árvores.
Indo para a Holanda, na região de Limburgo, ao sul do país, Peter Gerrickens (voluntário de Deus) conta: “No fim de novembro de 2019, visitamos uma pessoa de uma cidade vizinha. Sabíamos que ali ofereciam refeições aos mais necessitados e queríamos lançar a mesma iniciativa na nossa paróquia”.
Infelizmente, quando a iniciativa estava para começar, chegou a Covid e não foi possível montar um salão para o almoço. Então, começaram a distribuir marmitas. Maria Juhasz (aderente do Movimento dos Focolares), ajudante na preparação das refeições, acrescenta: “Não se trata apenas de distribuir comida, mas queremos dar algo a mais. Esta é muito mais que uma ação social”. Depois de um ano, chegaram a distribuir 400 refeições por dia e o número crescia sempre mais, tanto que não conseguiram sustentar a atividade sozinhos. No entanto, depois de ter procurado, chegaram reforços: o Exército da Salvação, a comunidade de Santo Egídio, com mãos dispostas a ajudar e com a sua experiência prática extremamente preciosa, deram a sua contribuição.
Além disso, a ajuda da providência continua chegando: alguns empresário que dão aquilo que sobra, um comércio que toda semana manda algumas frutas e verduras…
“A cada duas semanas, à noite”, contam, “fazemos um momento de oração juntos. Todos são convidados: os amigos que recebem as refeições, os voluntários da cozinha e quem distribui a comida. São cristãos de todas as Igrejas, pessoas de outras religiões e outros sem uma crença particular”.
Até montaram um espaço onde oferecem um café na praça em frente à igreja todas as semanas. O pároco está sempre disponível.
“As pessoas têm muitas preocupações e sofrimentos que não podem ser resolvidos somente com uma refeição”, continua Peter. “Os nossos amigos são gratos pela comida, mas também pela oração: para um amigo falecido, para um neto que acabou de nascer. Além de dar comida, é importante construir amizades verdadeiras, ver Jesus no outro. Esse é o nosso ponto de partida, criar um contato verdadeiro, entrar em diálogo, de pessoa a pessoa, e descobrir as necessidades de cada um.
Muitos vêm também só para conversar um pouco. Um senhor, por exemplo, depois de ter pegado sua comida, nos agradeceu por termos escutado-o, o que não acontece mais em família.”
Atualmente, são cerca de 2000 as pessoas que pegam comida todas as semanas, mas a comunidade não parou ali. Um novo projeto está começando. O município de Heerlen forneceu uma primeira contribuição financeira. Com isso, será instituída uma escola profissional para jovens provenientes de regiões desfavorecidas. Receberão uma formação culinária e serão eles mesmos que darão uma mão na preparação da comida.
“A Palavra de Vida sustenta bastante tudo isso”, concluem. “Podemos realmente dar de comer a Jesus nos que têm fome.”
Realmente poderíamos continuar a dar a volta ao mundo. As comunidades locais do Movimento dos Focolares surgem justamente ali, onde dois ou três pegaram para si a espiritualidade da unidade e que, inspirando-se nas primeiras comunidades cristãs, querem dar testemunho do amor recíproco: “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” (João 13:35). Assim, juntos, contribuem para transformar a própria realidade com um olhar particular voltado aos irmãos mais desfavorecidos.
17 outubro 2022
Compromisso civil e político
07 outubro 2022
Meditação e experiência
26 agosto 2022
Chiara Lubich: o amor ao próximo e as obras de misericórdia
Desde os primórdios do Movimento, sobretudo pelas circunstâncias dolorosas da guerra, Chiara e as suas companheiras foram muito solícitas amando os pobres da sua cidade, acolhendo-os em casa, visitando-os, levando-lhes o necessário, socorrendo-os de todos os modos. Por meio deste exercício de amor, de caridade para com o próximo mais necessitado, mais tarde compreenderam que o seu coração não devia se dirigir somente aos pobres, mas a todos os homens indistintamente. (…) Sobre as obras de misericórdia Chiara retorna em diversas cartas enviadas, desde os primeiros tempos, a todos os que se aproximavam do Movimento. Entre as muitas cartas, relatamos aquilo que escreve à sua amiga Anna exortando-a a viver, em cada momento do seu dia, a obra de misericórdia que Deus lhe põe diante e de fazê-lo também em relação a si mesma, a Jesus dentro dela: “Lembra que no final da vida te serão pedidas as 7+7 obras de Misericórdia. Se fizeste aquelas, fizeste tudo. E gostaria que tu vivesses conosco o momento presente e no presente, a obra de Misericórdia que Deus te solicita. Estudas? = Ensinas o ignorante. Alguém te faz uma pergunta (uma colega?) = aconselhas quem está na dúvida. Comes ou dás da comer? = sacias quem tem fome. (…) etc. Todas as 14 obras de Misericórdia são tais a ponto de resolver cada tua ação. E cada uma de tuas ações pode ser dirigida ao Jesus que deve viver e crescer em ti e no teu próximo.”
10 agosto 2022
Maria, sede da sabedoria
«Maria Santíssima é “Sede da Sabedoria” por ter acolhido Jesus, Sabedoria encarnada, no coração e no ventre. Com o “fiat” da anunciação ela aceitou servir a vontade divina, e a Sabedoria tomou morada em seu seio fazendo dela uma sua discípula exemplar. A Virgem foi bem-aventurada não tanto por ter amamentado o Filho de Deus, quanto, na realidade, por ter nutrido a si mesma com o leite salutar da Palavra de Deus».
(S. João Paulo II, Angelus, 4 de setembro de 1983).
«Para compreender bem este canto de louvor (o Magnificat), é preciso salientar que a beata Virgem Maria fala com base na sua experiência, tendo sido iluminada e instruída pelo Espírito Santo. Com efeito, ninguém pode entender corretamente Deus e a Sua palavra se não lhe é concedido diretamente pelo Espírito Santo. Mas, receber tal dom do Espírito Santo significa experimentá-lo, senti-lo; o Espírito Santo ensina na experiência, como numa escola, fora da qual nada se aprende a não ser palavras e tagarelices. A Santa Virgem, portanto, tendo experimentado em si mesma que Deus realiza grandes coisas nela, por quanto humilde, pobre e desprezada, o Espírito Santo lhe ensina esta grande arte comunicando a ela a sabedoria…».
(Martin Lutero, Comentário ao Magnificat, introdução).
«Nossa Senhora é Sede da Sabedoria, não porque falou, não porque foi uma doutora da Igreja, não porque esteve sentada em uma cátedra, não porque fundou universidades; é sede da sabedoria porque deu ao mundo Cristo, a Sabedoria encarnada. Realizou um fato. Da mesma forma nós: teremos a sabedoria se vivermos de maneira que Jesus esteja em nós, esteja entre nós, esteja realmente».
(Chiara Lubich, Um novo caminho, Cidade Nova, 2014, p 147)
«Maria vive não apenas de si mesma, mas de uma profundidade mais profunda. O Espírito Santo nela: dele promana não só o seu Filho, conteúdo e fruto do seu ser, dele promanam a realização e a forma de sua vida».
(Klaus Hemmerle, Brücken zum credo, p. 265)
Maria e o Deus que parece ausente
«Em 1984, com um grupo de bispos de diferentes confissões, estive na Basílica de Santa Sofia, em Istambul. Ficamos tocados por este edifício imponente, porque nele podíamos perceber de maneira tangível uma enorme presença da história da Igreja e da humanidade. Encontrávamo-nos em um edifício da antiga tradição cristã, da época na qual a cristandade estava unida, na qual a Ásia Menor era o centro do mundo cristão; mas estávamos também no lugar aonde se consumou a ruptura entre Oriente e Ocidente e rompeu-se a unidade. Nos grandes pináculos da cúpula víamos, enormes, as escritas do Alcorão, a supremacia de uma outra religião sobre a cristandade dilacerada. Precisamente diante de nós estavam alguns cartazes que diziam “Proibido rezar”. Um museu, aonde as pessoas passeavam com máquinas fotográficas e binóculos, girando daqui para lá, olhando as belezas artísticas que ali eram conservadas.
Esta ausência de religião naquele que, em outro tempo, fora um lugar sagrado, era terrível. Fomos esmagados por esta cascata de eventos: unidade originária, unidade dilacerada, diferentes religiões, nenhuma religião. Os nossos olhares vagavam desorientados em busca de auxílio quando, improvisamente… lá! Acima da cúpula cintilava, docemente e sem chamar atenção, um antigo mosaico: Maria que oferece o seu Filho. Então entendi claramente: sim, esta é a Igreja: estar, simplesmente, e a partir de si mesmos gerar Deus, aquele Deus que parece ausente.
A palavra Theotokos – mãe de Deus, aquela que gera Deus – de repente adquiriu para mim um som completamente novo. Entendi que não podemos organizar a fé no mundo; se ninguém mais quer ouvir falar de Deus, não podemos nos bater com a força e dizer “Ai de vós!”. Nós também podemos simplesmente estar, e conduzir à luz, partindo de nós mesmos, aquele Deus que parece ausente. Não podemos fabricar esse Deus, mas somente dá-lo à luz; não podemos afirmá-lo com argumentações, mas podemos ser o cálice que o contem, ser o céu, no qual, embora na despojada ostentação, Ele refulge. Compreendi assim não apenas o nosso papel nestes dias, enquanto Igreja, mas também como a Igreja subsista na figura de Maria e como Maria subsista na figura da Igreja, como ambas as figuras e as realidades sejam uma coisa só».
Klaus Hemmerle, Partire dall’unità. La Trinità e Maria, pp. 124, 125.
01 junho 2022
Viver de amor
25 abril 2022
Jesus Abandonado
No ano 2000, num discurso, Chiara Lubich recorda a primeira “descoberta” de Jesus Abandonado: «Um fato, acontecido nos primeiros meses de 1944, nos levou a ter uma nova compreensão sobre Ele. Por uma circunstância viemos a saber que o maior sofrimento de Jesus, e portanto o seu maior ato de amor, foi quando, na cruz, experimentou o abandono do Pai: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46). Ficamos profundamente tocadas com isso. E a jovem idade, o entusiasmo, mas principalmente a graça de Deus, nos impulsionaram a escolher justamente Ele, no seu abandono, como caminho para realizar o nosso ideal de amor. Desde aquele momento pareceu-nos encontrar o seu semblante em toda parte».
Outro momento determinante para a compreensão deste “mistério de dor-amor”. Estamos no verão de 1949. Igino Giordani foi encontrar Chiara, que tinha ido para o Vale di Primiero, na região montanhosa do Trentino (Itália), para um período de repouso. Com o primeiro grupo vivia-se intensamente a passagem do Evangelho sobre o abandono de Jesus. Foram dias de luz intensa, tanto que no final do verão, devendo descer daquele “pequeno Tabor” para voltar à cidade, Chiara escreveu, num só ímpeto, um texto que inicia com verso que tornou-se célebre: «Tenho um só esposo sobre a terra, Jesus abandonado… Irei pelo mundo buscando-o, em cada instante da minha vida».
Muitos anos depois ela explicou: «Desde o início entendemos que em tudo existe uma outra face, que a árvore tem as suas raízes. O Evangelho lhe cobre de amor, mas exige tudo. “Se o grão de trigo caído na terra não morre – lê-se em João – permanece só; se morre produz muito fruto” (Jo 12,24). A personificação disso é Jesus abandonado, cujo fruto foi a redenção da humanidade. Jesus crucificado! Ele havia experimentado em si a separação dos homens de Deus e entre si, e tinha sentido o Pai distante. Nós o vimos não apenas nas nossas dores pessoais, que não faltaram, e nos sofrimentos dos próximos, muitas vezes sós, abandonados, esquecidos, mas em todas as divisões, os traumas, as separações, as indiferenças recíprocas, grandes ou pequenas: nas famílias, entre as gerações, entre pobres e ricos, às vezes na própria Igreja, e mais tarde entre as várias Igrejas, e depois ainda entre as religiões e entre quem crê e quem possui uma convicção diferente.
Mas todas estas dilacerações – continua Chiara – não nos assustaram, pelo contrário, pelo amor a Ele abandonado, elas nos atraíram. E foi Ele que nos ensinou como enfrentá-las, como vivê-las e ajudar a superá-las, quando, depois do abandono, recolocou o seu espírito nas mãos do Pai: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46), dando assim a possibilidade para que a humanidade se recompusesse, em si mesma e com Deus, e indicando-lhe o modo de fazê-lo. Ele manifestou-se como chave da unidade, remédio para qualquer divisão. Era Ele que recompunha a unidade entre nós, cada vez que era rompida. Era Ele que reconhecíamos e amávamos nas grandes, trágicas divisões da humanidade e da Igreja. Ele se tornou o nosso único Esposo. E a nossa convivência com um tal Esposo foi tão rica e fecunda, que me levou a escrever um livro, como uma carta de amor, como um canto, um hino de alegria e gratidão a Ele».
22 abril 2022
A família e Maria
12 abril 2022
O fundo da piscina
Um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e de molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho. Alguém intrigado com aquele comportamento, lhe perguntou qual a razão daquele hábito.
O nadador sorriu e respondeu:
- Há alguns anos eu era um professor de natação; eu ensinava os alunos a nadar e a saltar do trampolim.
Certa noite, eu não conseguia dormir, e fui até a piscina para nadar um pouco.
Não acendi a luz, pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube.
Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente.
Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz.
Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem.
Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado.
Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi que Jesus morrera na cruz para nos salvar pelo seu precioso sangue. Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram a mente e me fizeram recordar do que eu havia aprendido sobre a morte de Jesus.
Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos. Finalmente desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água.
Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina.
Haviam esvaziado a piscina e eu não percebera.
Tremi todo, e senti um calafrio na espinha.
Se eu tivesse saltado seria meu último salto. Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida.
Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina, confessei os meus pecados e me entreguei a Ele, consciente de que foi exatamente em uma cruz que Jesus morreu para me salvar. Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, sempre que vou até piscina molho o dedão do pé antes.
Deus tem um plano na vida de cada um de nós e não adianta querermos apressar, ou retardar as coisas, pois, tudo acontecerá no seu devido tempo e esse tempo é o tempo Dele e não o nosso...
28 março 2022
O trabalho e o materialismo
A imensidão de Deus
«Num momento de repouso (…) contemplando a imensidão do universo, a extraordinária beleza da natureza, a sua potência, pensei espontaneamente no Criador de tudo e compreendi numa forma nova a imensidão de Deus. (…)
Eu o descobri tão grande, tão imenso, a ponto de me parecer impossível que Ele tivesse pensado em nós. Esta impressão da sua grandeza permaneceu em meu coração por alguns dias.
Dizer agora «santificado seja o vosso nome…» ou «Glória ao Pai, ao Filho, e ao Espírito Santo» é muito diferente para mim: é uma necessidade do coração. (…)
Nós estamos a caminho. E, quando alguém viaja, já pensa no ambiente que o receberá na chegada, na paisagem, na cidade… já se prepara. Assim devemos fazer.
No céu, louvaremos a Deus? Louvemo-lo desde este momento. Deixemos que o nosso coração proclame todo o nosso amor a Ele (…). Exprimamos o nosso louvor com a boca e com o coração.
Aproveitemos para reavivar nossas orações diárias que tem esta finalidade. E rendamos glória com todo o nosso ser.
Sabemos que quanto mais anulamos a nós mesmos (como Jesus abandonado, que reduziu-se a nada) mais anunciamos, com a nossa vida que Deus é tudo, e assim Ele é louvado, glorificado, adorado (…).
Procuremos muitos momentos, durante o dia, para adorar a Deus, para louvá-lo. Façamos isso durante a meditação, ou numa visita a uma igreja, ou na Santa Missa. Louvemo-lo para além da natureza ou na profundidade do nosso coração. E, principalmente, vivamos mortos a nós mesmos e vivos à vontade de Deus, ao amor para com os irmãos.
Sejamos nós também, como dizia Isabel da Trindade, um “louvor da sua glória”.
#ChiaraLubich
(Chiara Lubich, Cercando le cose di lassù, Roma 1992, p. 15-17)