11 fevereiro 2023

Rezar com confiança


Para combater a pandemia, indivíduos e associações, pessoal da saúde e comunidades científicas, Governos e organizações internacionais estão agindo em  várias direções. Não faltam criatividade e generosidade, muitas vezes heroicas. A todos esses esforços vale a pena acrescentar a contribuição decisiva que advém da oração capaz de remover montanhas.

(…) Assim como toda criança desta terra confia no próprio pai, acredita nele, abandona-se totalmente a ele, transfere-lhe todas as preocupações, sente-se segura ao seu lado em qualquer circunstância, mesmo difícil, mesmo dolorosa, mesmo impossível, da mesma forma age e deve agir a “crian­ça” do Evangelho com o seu Pai celeste.

Esse modo de se comportar é sempre muito impor­tante porque, muitas vezes, somos assaltados por circunstân­cias, por acontecimentos, por provações que não consegui­mos superar apenas com nossas forças e, então, necessitamos de ajudas superiores.

Nestes dias sentimos uma necessidade toda espe­cial de ter uma grande fé no amor do Pai, na sua Providên­cia. (…) Estivemos e estamos preocupa­dos, e pensamos (…) então no que poderíamos fazer. A primeira resposta que brotou no nosso coração foi esta: rezar, rezarmos todos juntos para afastar o flagelo. E alguns mais, outros menos, certamente já começaram a fazê-lo. (…)

Rezar. Mas é preciso rezar de forma a ser atendido. Como?

(…) São João, na sua primeira carta, escreveu esta belíssima e encorajadora expressão: “Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu Amor em nós é perfeito”[1]. “O seu amor em nós é perfeito.” Mas, se o seu amor em nós é perfeito, e enquanto seu amor em nós é perfeito, somos perfeitos. Possuímos, portanto, a per­feição do amor praticando o amor recíproco.

Nestes dias (…) introduzi­mos [no Regulamento dos focolarinos] uma norma que é basilar e essencial para eles: o dever de (…) formularem um pacto com os outros focolarinos (…) de estarem prontos a morrer uns pelos outros, como re­quer o Mandamento de Jesus.

Mas esta decisão, este pacto não é certamente mo­nopólio dos focolarinos que vivem em comunidade. É lei para todos os membros da nossa Obra. Colocada em práti­ca, ela torna perfeito o amor em nós e nos torna perfeitos no amor e, assim, agradáveis a Deus e em condições de obter as graças que desejamos, inclusive as que seriam ne­cessárias para transportar montanhas.

Creio que nestes dias, se quisermos trabalhar com eficácia por um mundo unido, será preciso renovar, entre nós e com todas as pessoas que encontrarmos, que conhe­cem o nosso Movimento, esta disposição da nossa alma. Devemos, evidentemente, antes de tudo suscitar as condi­ções necessárias, criar a atmosfera adequada para depois podermos dizer, com coragem, ao outro: “Eu – com a gra­ça de Deus – quero estar pronto a morrer por você” e po­der, por sua vez, ouvir: “E eu por você”.

Depois devemos agir coerentemente, atiçando o fogo do amor para com cada próximo. (…) Baseados nisso po­demos rezar com a confiança de sermos atendidos.

 Chiara Lubich

(em uma conexão telefônica, Mollens, 13 de setembro de 1990)

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