14 novembro 2018

Superar a dor

VOCÊ está sofrendo? Supere sua dor com heroísmo, porque só os vencedores conseguirão o prêmio que se encontra à espera deles.
Não se apresse, mas também não desanime.
Supere sua dor com heroísmo, busque alegria, e viva com a sensação otimista daquele que sabe lutar sem desfaleci mento.
E verifique que sua vida se transformará num hino de ação de graças ao PAI Todo-Bondade.

13 novembro 2018

Viver o momento presente

24 de outubro de 2001

Diário de Chiara

Vivendo bem (com seriedade) o momento presente, amo a Deus com todo o coração, a mente, as forças.
O final da vida é o futuro que se tornará presente. Portanto, para se preparar para o “momento do qual a Eternidade depende” basta viver o momento presente, desde agora e sempre.
No presente, é preciso morrer sempre para ressuscitar. O nosso modo? Embora aceitando, em determinados momentos, a necessidade das mortificações, morremos amando. Mas, amando, também ressuscitamos.
No presente, devemos fazer somente a vontade de Deus, não pensando, não desejando, não nos aplicando em outra coisa. Devemos vivê-la com atos íntegros, límpidos, como único incenso que sobe até Deus. E naquele ato, colocar toda a mente, o coração, as forças.

Do Livro A Vontade de Deus, Cidade Nova - São Paulo, 2011, pág. 84

12 novembro 2018

Fonte de água viva

“Todo o que bebe dessa água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede: porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.” (Jo 4,13-14)

Nesta pérola do Evangelho, que são as palavras dirigidas à samaritana junto ao poço de Jacó, Jesus fala da água como do elemento mais simples, que, no entanto, se revela o mais almejado, o mais vital para quem tem familiaridade com o deserto. Ele não precisava explicar muita coisa para dar a entender o que significa a água.
A água da fonte serve para a nossa vida natural, enquanto que a água viva, da qual Jesus fala, se destina à vida eterna.
Assim como o deserto floresce somente depois de uma chuva abundante, também as sementes plantadas em nós com o batismo só podem germinar se forem regadas pela Palavra de Deus. E a planta cresce, lança novos rebentos e assume a forma de uma árvore ou de uma linda flor. E tudo isso porque recebe a água viva da Palavra, que desperta a vida, mantendo-a por toda a eternidade.

“Todo o que bebe dessa água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede: porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.”

As palavras de Jesus dirigem-se a todos nós, os sedentos deste mundo: aos que estão conscientes da própria aridez espiritual e ainda sentem os tormentos da sede, bem como aos que nem sequer sentem mais a necessidade de matar a sede na fonte da verdadeira vida e dos grandes valores da humanidade.
Mas, no fundo, é a todos os homens e às mulheres de hoje que Jesus dirige um convite, revelando onde podemos encontrar a resposta aos nossos porquês e satisfazer plenamente as nossas aspirações.
Depende de todos nós, portanto, alimentar-nos de suas palavras, deixar-nos embeber da sua mensagem.
De que forma?
Reenvagelizando a nossa vida, confrontando-a com as suas palavras, procurando pensar com a mente de Jesus e amar com o seu coração.
Cada momento em que procuramos viver o Evangelho é uma gota daquela água viva que bebemos.
Cada gesto de amor ao nosso próximo é um gole daquela água.
Sim, porque aquela água tão viva e preciosa tem isto de especial: jorra no nosso coração cada vez que o abrimos ao amor para com todos. É uma fonte – a fonte de Deus – que libera água na mesma medida em que seu veio profundo serve para saciar a sede dos outros, com pequenos ou grandes atos de amor.

“Todo o que bebe dessa água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede: porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.”

1 Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em março de 2002

11 novembro 2018

Amarás como ati mesmo

“Amarás teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22,39)


Essa frase consta também no Antigo Testamento (Lv 19,18).
Para responder a uma pergunta capciosa, Jesus se insere na grande tradição profética e rabínica que indagava sobre o princípio unificador da Torá, ou seja, sobre o ensinamento de Deus contido na Bíblia. Um contemporâneo de Jesus, Rabbi Hillel, tinha dito: “Não faça com seu próximo aquilo que detestaria fosse feito a você, nisto se resume toda a lei. O resto é apenas interpretação” (Shabbat 31a).
Para os mestres do judaísmo, o amor ao próximo provém do amor a Deus, que criou o homem à sua imagem e semelhança – por essa razão, não se pode amar a Deus sem amar a sua criatura; esse é o verdadeiro motivo do amor ao próximo e é “um princípio grande e geral na lei” (Rabbi Akiba, comentários rabínicos a Lv 19,18).
Jesus reforça esse princípio e acrescenta que o mandamento de amar o próximo é semelhante ao primeiro e maior de todos os mandamentos: amar a Deus com todo o coração, com toda a mente e com toda a alma. Ao afirmar que existe uma relação de semelhança entre os dois mandamentos, Jesus os une definitivamente. Isso será feito também por toda a tradição cristã. É o que confirma o apóstolo João de modo lapidar: “Quem não ama seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20).


“Amarás teu próximo como a ti mesmo.”

Todo ser humano é – o Evangelho inteiro afirma isso claramente – nosso "próximo", homem ou mulher, amigo ou inimigo, a quem se deve respeito, consideração, apreço. O amor ao próximo é universal e pessoal ao mesmo tempo. Abraça toda a humanidade e se especifica “naquele que está ao seu lado”.
Mas, quem pode nos dar um coração tão grande, quem pode suscitar em nós uma benevolência tão grande a ponto de considerarmos como nossos “próximos” inclusive as pessoas com quem não temos nada a ver, de nos fazer superar o amor-próprio, para vermos a nós mesmos nos outros? É um dom de Deus, ou melhor, é o próprio amor de Deus que “foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Logo, não se trata de um amor comum, não é simples amizade nem apenas filantropia, mas é aquele amor que foi derramado em nossos corações já no batismo, aquele amor que é a vida do próprio Deus, da Santíssima Trindade, e do qual podemos participar.
O amor, portanto, é tudo. Mas para podermos vivê-lo bem, é necessário conhecer as suas qualidades, que sobressaem do Evangelho e da Sagrada Escritura em geral, e que vamos tentar sintetizar em alguns aspectos fundamentais.
Antes de tudo, Jesus, que morreu por todos, amando a todos, nos ensina que o verdadeiro amor deve ser dirigido a todos. Não é como o amor que muitas vezes vivemos, meramente humano, que tem um raio de alcance restrito: a família, os amigos, os vizinhos… O amor verdadeiro que Jesus pede não admite discriminações; não faz distinção entre a pessoa simpática e antipática; para esse amor não existe o bonito e o feio, o adulto e a criança, o conterrâneo e o estrangeiro, o irmão da própria Igreja ou de outra, da própria religião ou de outra. Esse amor ama a todos. É isso que devemos fazer: amar a todos.
E ainda, o amor verdadeiro toma a iniciativa; não espera ser amado, como em geral acontece com o amor humano, que nos leva a amar aqueles que nos amam. Não, o amor verdadeiro toma a iniciativa, como fez o Pai quando, sendo nós ainda pecadores – e, portanto, quando ainda não amávamos –, mandou o Filho para nos salvar.
Sendo assim, amar a todos e tomar a iniciativa no amor.
O amor verdadeiro reconhece também a presença de Jesus em cada próximo. No juízo final, Jesus nos dirá: “Foi a mim que o fizestes” (cf Mt 25,40). Isso vale para o bem que fazemos e, infelizmente, também para o mal.
O amor verdadeiro ama o amigo, mas também o inimigo; faz-lhe o bem, reza por ele.
Jesus deseja também que o amor, trazido por Ele à terra, se torne recíproco: que um ame o outro e vice-versa, de modo que se alcance a unidade.
Todas essas qualidades do amor nos levam a entender e viver melhor a Palavra.


“Amarás teu próximo como a ti mesmo.”

O amor verdadeiro ama o outro como a si mesmo. Isso deve ser seguido ao pé da letra: temos realmente que ver no próximo um “outro nós” e fazermos ao outro o que faríamos a nós mesmos. O amor verdadeiro é o que sabe sofrer com quem sofre, alegrar-se com quem se alegra, carregar os pesos dos outros e, como diz Paulo, sabe “fazer-se um” com a pessoa amada. Dessa forma, é um amor não só de sentimento ou de palavras bonitas, mas que se exprime em fatos concretos.
Quem possui outra fé religiosa também procura agir assim, segundo a conhecida “regra de ouro”, que existe em todas as religiões. Ela exige que façamos aos outros o que gostaríamos que fosse feito a nós. Gandhi a explica de modo muito simples e eficaz: “Não posso fazer mal a você sem ferir a mim
mesmo” (cf. Wilhelm Mühs, Palavras do Coração, Cidade Nova, São Paulo, 1998).
Este mês, portanto, deve ser uma oportunidade para reavivarmos o amor ao próximo, que tem os mais diferentes rostos: o vizinho, a colega de escola, o amigo, o parente mais próximo. Mas tem também o rosto daquela humanidade angustiada dos países em guerra ou das vítimas de catástrofes naturais, que a
televisão traz às nossas casas. Antes eram desconhecidos e muito distantes, mas agora também eles se tornaram nossos próximos.
O amor vai nos sugerir, em cada circunstância, o que fazer e, aos poucos, dilatará o nosso coração segundo a medida do coração de Jesus.

10 novembro 2018

... até o final dos tempos

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”. (Mt 28, 20)

Jesus ressuscitou. Desejando falar com seus discípulos, chama-os a um monte onde dá a eles uma série de diretivas para o futuro, até o fim dos tempos. Ele está cercado pelos onze apóstolos, que se prostraram diante dele, plenamente conscientes de que aquele que está entre eles é o seu Senhor, e também o Senhor do mundo. O Pai premiou o Filho dando-lhe “todo o poder”, inclusive o de julgar o mundo no final dos tempos.
Jesus, encontrando-se com os apóstolos, confia a eles a missão de fazer com que todos os povos tornem-se seus discípulos. Isto se realizará por meio do batismo e do fato de “ensinar e observar” tudo o que Ele mandou. O batismo, de fato, não basta por si só, mas deve ser vivido, transformado em vida.
No entanto esta grandiosa tarefa de levar a luz a todos os povos não será uma obra humana, pois, diz Jesus:

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”.

Antes de voltar como juiz, Jesus continuará a estar próximo dos discípulos e a sustentá-los. Estará presente entre eles, não somente quando se reunirem ao redor do altar para celebrar a Sua morte e nutrirem-se da Eucaristia, mas sempre e em todos os lugares.
Iniciou-se deste modo uma nova era para a humanidade, caracterizada por uma presença – Jesus ressuscitado. Esta presença é a realidade unificadora do mundo, que reúne continuamente “todos os povos” de todas as épocas e de todos os cantos do globo para introduzi-los no Reino de amor do Pai. Esta presença constitui a Igreja na sua essência mais profunda.

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”.

Jesus é chamado de Emanuel, o que significa “Deus Conosco”. Com a sua ressurreição ele está realmente conosco, junto de todos nós.
E, já que Jesus está vivo entre nós, as Palavras que ele disse há dois mil anos não são somente a maravilhosa lembrança de uma personalidade do passado; são Palavras que ele – agora – dirige a mim, a você, a cada um de nós pessoalmente.
É para nós que Ele traz conforto e salvação; é a nós que continua servindo, especialmente se somos pobres, solitários, se estamos sendo provados; é a nós que ele ajuda nos fracassos, que encoraja nas dificuldades.

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”.

Ele vive na sua Igreja.
Portanto, onde podemos encontrá-lo? Como melhor aproximar-nos dele?
Ele está logo ali; está do meu lado, está junto de você.
Jesus esconde-se no pobre, no desprezado, no pequeno, no doente, em quem necessita de um conselho ou em quem foi tolhido de sua liberdade. Está naquele que é menos bonito, no que foi marginalizado... E ele mesmo o disse: “Eu tive fome e me deste de comer...”.
Está presente na comunidade que atua o seu ensinamento – mesmo tratando-se de uma minúscula
comunidade, como pode ser uma família, um grupo de amigos, os companheiros de trabalho; de fato, bastam duas ou três pessoas unidas no Seu nome.
Ele se encontra presente quando rezamos, estando concordes e unidos nele; e a Sua presença torna eficaz a nossa oração.
A Sua presença manifesta-se também como assistência e ajuda àqueles que O anunciam ao povo – a nós, portanto, se somos chamados a testemunhá-lo.
Ele se torna ainda “visível” naqueles que escolheu como seus ministros.
E, finalmente, todos sabemos que Ele está lá, em todos os pontos da Terra, presente na Eucaristia.
O que mais poderíamos desejar?
Procuremos, pois, começando a descobri-lo lá onde Ele está. Deixemos que nos dirija as suas divinas Palavras. Deixemos que Ele nos dê a sua mão potente.


1 Este comentário à Palavra de Vida foi publicado originalmente, na sua versão integral, em maio de 1982

09 novembro 2018

O pão da vida

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.” (Jo 6,35)

João narra no seu Evangelho que Jesus, depois de ter multiplicado os pães, diz, entre outras coisas, no grande discurso feito em Cafarnaum: “Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará” (Jo 6,27).
Para seus ouvintes, é evidente a referência ao maná, como também à expectativa do “segundo” maná que descerá do céu no tempo messiânico.
Pouco depois, no mesmo discurso, diante da multidão que ainda não tinha chegado a entender, o próprio Jesus se apresenta como o verdadeiro pão descido dos céus, que deve ser aceito por meio da fé:

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.”

Jesus já se vê como pão. Portanto, é este o motivo final de sua vida aqui na terra. Ser pão para ser ingerido. E ser pão para nos comunicar a sua vida, para nos transformar Nele. Até esse ponto é claro o significado espiritual dessa palavra, com suas referências ao Antigo Testamento. Mas o discurso se torna misterioso e duro quando, mais adiante, Jesus diz, a respeito de si mesmo: “O pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo” (Jo 6,51b) e “se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53).
É o anúncio da Eucaristia, que escandaliza e distancia muitos discípulos. Mas é o maior dom que Jesus quer dar à humanidade: a sua presença no sacramento da Eucaristia, que confere saciedade à alma e ao corpo, a plenitude da alegria como fruto da íntima união com Jesus.
Quando estamos nutridos por esse pão, nenhum outro tipo de fome tem mais razão de existir. Todo desejo nosso de amor e de verdade é saciado por aquele que é o próprio Amor, a própria Verdade.

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.”

Portanto, esse pão nos nutre de Jesus já a partir desta terra, mas nos é dado para que possamos, por nossa vez, saciar a fome espiritual e material da humanidade que nos rodeia.
O mundo recebe o anúncio de Cristo não tanto da Eucaristia quanto da vida dos cristãos nutridos por ela e pela Palavra. E eles, pregando o Evangelho com a vida e com a voz, tornam Cristo presente no meio dos homens.
A vida da comunidade cristã, graças à Eucaristia, torna-se a vida de Jesus. Uma vida, portanto, capaz de doar aos outros o amor, a vida de Deus.

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.”

Com a metáfora do pão, Jesus nos ensina também o modo mais verdadeiro, mais “cristão” de amar o nosso próximo.
Com efeito, o que significa amar?
Amar significa “fazer-se um” com todos, “fazer-se um” em tudo aquilo que os outros desejam, nas coisas mais pequeninas e insignificantes e naquelas que talvez não tenham importância para nós, mas importam aos outros.
E Jesus exemplificou maravilhosamente esse modo de amar, fazendo-se pão para nós. Ele se faz pão para entrar em todos, para tornar-se comestível, para “fazer-se um” com todos, para servir, para amar a todos.
Também nós, portanto, devemos “fazer-nos um” até o ponto de nos deixarmos ingerir.
O amor é isto: “fazer-se um” de modo que os outros se sintam nutridos pelo nosso amor, confortados, aliviados, compreendidos.

08 novembro 2018

Amar-vos uns aos outros

Roma, 25 de Abril de 1980 *1

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13,34)

Certamente você gostaria de saber quando foi que Jesus disse essas palavras. Pois bem, Ele falou assim antes que iniciasse a sua Paixão. Porque foi então que Ele fez um discurso de despedida que é o seu testamento, do qual fazem parte essas palavras.
Imagine, então, o quanto elas são importantes!
Se ninguém se esquece das palavras ditas por um pai antes de morrer, quanto mais, quando se trata das palavras de um Deus!
Então, leve-as muito a sério e, juntos, vamos procurar entendê-las profundamente.

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.”

Jesus está para morrer, e suas palavras trazem a marca desse evento próximo. Com efeito, a sua partida iminente exige sobretudo a solução de um problema: de que modo Ele pode permanecer entre os seus para conduzir a Igreja?
Você sabe que Jesus está presente, por exemplo, nas ações sacramentais. Na Eucaristia da Missa Ele se faz presente.
Pois bem, também lá onde se vive o amor mútuo Jesus está presente. De fato, Ele disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome (e isso é possível mediante o amor mútuo) eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,20).
Portanto, na comunidade cuja vida profunda é o amor mútuo, Ele pode permanecer eficazmente presente. E por meio da comunidade Ele pode continuar revelando-se ao mundo, pode continuar a sua influência no mundo.
Você não acha isso uma coisa esplêndida? Não lhe vem o desejo de viver logo esse amor junto com os cristãos que são seus próximos?
João, que cita as palavras que estamos aprofundando, vê no amor mútuo o mandamento por excelência da Igreja, cuja vocação é justamente ser comunhão, ser unidade.

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.”

Jesus diz, logo em seguida: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).
Portanto, se você quiser descobrir o verdadeiro sinal de autenticidade dos discípulos de Cristo, se quiser conhecer o distintivo deles, então deve reconhecê-lo no amor mútuo vivido.
Os cristãos são reconhecidos por esse sinal. E, se ele faltar, o mundo não mais descobrirá Jesus na Igreja.

*1 Este comentário à Palavra de Vida foi publicado originalmente em maio de 1980.

07 novembro 2018

Os frutos do Espirito Santo

Essa Palavra de Vida é tirada de uma carta escrita por são Paulo aos gálatas num momento crítico de sua experiência cristã. Influenciados por falsos mestres, eles estavam se desviando do ensinamento evangélico. O apóstolo, para salvar a situação, mostra-lhes o grave erro em que estavam para cair: perder o fruto imenso da redenção, o dom do Espírito Santo que Jesus obteve para nós morrendo na cruz.
No trecho em que encontramos esta frase, são Paulo descreve justamente a distância enorme que existe entre uma vida escrava do egoísmo e uma vida totalmente animada e guiada pelo amor que é próprio de Jesus, e que Ele nos comunicou através de seu Espírito.
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Entre os vários efeitos produzidos em nós pelo Espírito Santo e relacionados neste texto por são Paulo, são citadas em primeiro lugar aquelas expressões do amor que constroem a unidade entre os irmãos: a paz, a longanimidade (isto é, a paciência), a benignidade, etc. O apóstolo lhes dá o nome de “frutos do Espírito”, como se quisesse ressaltar a relação lógica que existe entre essas expressões do amor cristão e a raiz de onde se originam.
À medida que o Espírito Santo cresce no cristão – e, sem dúvida, tanto mais cresce quanto mais ele corresponde – produz os mesmos sentimentos, o mesmo amor, o mesmo anseio de paz e de unidade, característicos de Jesus. Aos filipenses são Paulo diz: “Tenham os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2, 5).
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Um outro efeito do Espírito Santo é a liberdade interior diante de todas as tendências desordenadas que querem nos incitar ao mal; consequentemente, encontramos uma grande facilidade e alegria em realizar o bem.
À medida que o cristão vai sendo animado pelo Espírito Santo, ele vive as palavras de Jesus. O amor a Deus e aos irmãos, a luta “contra a correnteza”, a renúncia a si mesmo para construir a paz e a unidade, tornam-se para ele quase naturais. Já não parece mais existir o aspecto duro e pesado da lei, dos mandamentos.
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Como poderemos viver, então, essa Palavra de Vida?
Ela reflete uma experiência de vida cristã e nos apresenta uma meta que poderia parecer reservada a uma categoria de privilegiados. No entanto, é a meta para a qual o apóstolo desejava levar todos os cristãos das suas comunidades porque, em razão do batismo, todo cristão é chamado por Jesus a viver nessa condição.
Já deveríamos conhecer muito bem o caminho para atingir essa meta, mas sempre temos que recomeçar a percorrê-lo, ajudando-nos uns aos outros. Esse caminho consiste em corresponder à graça do Espírito Santo, que nos estimula a viver as Palavras de Jesus – de modo particular o seu mandamento do amor recíproco – e a abraçar com Ele a nossa cruz. Trata-se de sermos fiéis ao Espírito Santo, principalmente nos momentos de provação, de tentação e de dificuldades. Com efeito, este são os momentos mais preciosos; é este o caminho que fará crescer sempre mais os frutos do Espírito em nós.
Também somos chamados a contribuir com nossa vida para que se realize a unidade entre todos os cristãos. Procuremos então orientar o nosso esforço no sentido de desenvolver em nós os frutos do Espírito com essa finalidade.
O Concílio Vaticano II nos lembra que a unidade dos cristãos será um dom especial do Espírito Santo. A primeira condição para obter esse dom é a nossa conversão a Cristo, a renovação interior, tendo como objetivos a nossa santificação, de modo a nos abrirmos ao espírito de amor, de paz e de unidade.

06 novembro 2018

Ser Maria

Caríssimos gen,
Volta, como uma suave poesia, a festa do Natal.
Nestes dias, como há séculos, são trocadas felicitações; e a paz, que os anjos anunciaram então, volta a reinar – talvez por poucos instantes – inclusive nos rostos de homens que jamais a conheceram.
Também eu quero lhes desejar algo que realmente lhes agrade e que sobre tudo seja desejado por Aquele que guia os nossos passos e conhece o que é bom para nós.
É isso que eu desejo: que a nossa vida seja um contínuo Natal, solenizado no segredo dos corações e na íntima fraternidade que haverá de se espalhar cada vez mais até alcançar, quando  Deus quiser, os confins da Terra: “até que todos sejam um”.
Nós estamos ligados, em virtude do nosso Ideal, por um vínculo muito forte; o mais forte, parece-nos, que possa existir entre os cristãos.Queremos caminhar para Deus, unidos entre nós, transformados no seu último desejo vivo, no qual encontramos não só o nosso caminho específico para nos tornarmos santos, mas um modo de santificar e reconsagrar o mundo desconsagrado pelo ódio e pelos inumeráveis males nele existentes. Nós queremos que Cristo triunfe entre nós, para que um dia Cristo seja a expressão única e mais genuína da nossa sociedade.
E não só Cristo cada vez mais esplêndido em seu vigário, sempre mais amado e compreendido, não só Cristo que vive em muitas divinas maneiras na sua Igreja, mas também Cristo misticamente presente entre nós, nós simples número de homens na massa popular cristã, mas olhados por Deus, um a um e juntos, porque capazes com a sua graça de fazer algo para a sua glória. Com efeito, nós temos, se quisermos, um poder desconhecido pela maioria: seguindo e imitando Maria, embora grande porque Imaculada, mas sempre nossa mãe e portanto próxima de nós, podemos dar à luz, no coração da sociedade, Cristo Jesus.
Ele o disse. E nele cremos, o meio é o nosso coração, ou melhor, o amor cristão recíproco que, se tiver os requisitos exigidos por Jesus, terá como consequência a sublime, a maravilhosa realidade da nossa fé: “Eu estou no meio deles”.
E os requisitos, pensando bem, não são muitos, mas também não são poucos.
São tudo aquilo que somos e temos, porque Deus quer a nossa unidade sempre viva.
Se ela existe, mesmo no estábulo em que às vezes se reduz a nossa sociedade, se nós nos amamos, Cristo está no nosso meio e o Natal se perpetua, se multiplica.
E onde há um Natal, ali está Maria e Jesus.
Nós, unidos, devemos repetir juntos o mistério de Maria que doa Cristo: Cristo no nosso meio por milagre divino.
E Tu, Jesus, vem entre nós, fica entre nós.
Uma vez os “teus” não Te receberam. Nós gostaríamos, na medida do possível, de reparar isso. Vivemos somente para Te acolher, Te possuir, para sermos não nós, mas Tu; para Te ajudar a compor aqui na Terra a cidade nova, a cidade de Deus.
Do livro “AOS gen”, Editoria cidade Nova, pág 137

05 novembro 2018

O dom maior

"Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o pouco que tem." ( Mt 13,12)



Estas palavras de Jesus são tão importantes que o Evangelho de Mateus as menciona duas vezes 1 . Elas mostram claramente que a economia de Deus não é igual à nossa.

Os seus cálculos são sempre diferentes dos nossos, como, por exemplo, quando dá ao "operário da última hora" a mesma diária paga àquele que trabalhou desde a primeira hora 2 .

Jesus pronunciou estas palavras para responder aos discípulos que lhe perguntavam por qual motivo falava a eles abertamente, enquanto que aos outros se dirigia em parábolas, de maneira velada.

Jesus doava aos seus discípulos a plenitude da verdade, a luz, justamente porque eles o seguiam, porque para eles Jesus era tudo.

A eles, que tinham aberto o próprio coração a Cristo, que estavam plenamente dispostos a acolhê-lo, que já tinham Jesus ("a quem tem…"), ele se dá em plenitude ("…será dado ainda mais, e terá em abundância").

Para compreender este modo de agir do Mestre, pode ser útil lembrar outra frase semelhante, citada pelo Evangelho de Lucas: "Dai e vos será dado”.

Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada no vosso regaço" 3 . Nas duas frases, de acordo com a lógica de Jesus, ter ("a quem tem será dado") equivale a dar ("a quem dá será dado").

Tenho a certeza de que também você já experimentou esta verdade do Evangelho.

Quando você socorreu uma pessoa doente, quando consolou alguém que estava triste, quando confortou com sua presença alguém que se sentia só, você não experimentou uma alegria e uma paz que não se sabe de onde vêm? É a lógica do amor.

Quanto mais alguém se doa, tanto mais se sente enriquecido.

Então poderíamos traduzir da seguinte maneira a Palavra de Vida deste mês: a quem tem amor, a quem vive no amor, Deus dá a capacidade de amar ainda mais, dá a plenitude do amor até o ponto de fazê-lo ser como ele que é o Amor.



"Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o pouco que tem."

Sim, é o amor que nos faz ser.

Nós existimos porque amamos.

Se não amamos — e cada vez que não amamos — não somos, não existimos ("será



 


1) Mt 13,12; 25,29; 2) Cf. Mt 20,1-16; 3) Lc 6,38.

tirado até o pouco que tem").

Então nada nos resta senão amar, sem reservas.

Só assim Deus poderá se entregar a nós.

E com ele virá a plenitude dos seus dons.

Vamos doar concretamente a quem está perto de nós, na certeza de que, fazendo assim, estamos doando a Deus.

Doemos sempre: um sorriso, a nossa compreensão, o perdão, a escuta; podemos doar a nossa inteligência, a nossa disponibilidade; doar o nosso tempo, os nossos talentos, as nossas idéias, a nossa atividade; doar as experiências, as capacidades, os bens, partilhando-os com os outros, de modo que nada se acumule e tudo circule.

O nosso doar abre as mãos de Deus que, na sua providência, nos plenifica de maneira superabundante para que possamos continuar doando — doando sempre mais — e continuar recebendo; assim poderemos responder às imensas necessidades de muitos.



"Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o pouco que tem."



O maior dom que Jesus quer nos fazer é a sua própria presença: ele deseja estar sempre em nosso meio.

Esta é a plenitude de vida, a abundância com a qual ele nos quer preencher.

Jesus se entrega aos seus discípulos quando estes o seguem unidos.

Esta Palavra de Vida, portanto, nos lembra também a dimensão comunitária da nossa espiritualidade.

Podemos fazer desta Palavra a seguinte leitura: todos aqueles que tiverem o amor recíproco, todos os que viverem a unidade, terão a presença do próprio Jesus entre eles.

E receberemos ainda mais.

Aquele que tem — quem tiver vivido no amor e, portanto, tiver recebido o cêntuplo nesta vida —, receberá ainda por cima o prêmio: o Paraíso.

E terá em abundância.

Aquele que não tem — quem não tiver recebido o cêntuplo, por não ter vivido no amor — nem sequer poderá desfrutar futuramente do bem e dos bens (parentes, propriedades) que tiver tido na terra, porque, no inferno, outra coisa não haverá a não ser sofrimento.

Portanto, amemos.

Amemos a todos.

Amemos a tal ponto que também o outro, por sua vez, se ponha a amar e o amor se torne recíproco.

Então teremos a plenitude da vida.




03 novembro 2018

A felicidade


Talvez nunca como nestes últimos tempos sentimos a alegria de viver. E uma alegria pura jamais experimentada e nasce do fato de que: conseguimos encontrar!

Podemos até repetir uma frase que é a aspiração mais sincera de toda a humanidade: encontramos a felicidade.

É preciso, porém, experimentar esta felicidade, para compreender o que ela é.

Esta alegria puríssima só pode ser Deus. Aquele Deus que encontramos a cada instante, perdendo tudo no momento presente para sermos só a Sua vontade viva.

Creio que é um estado da alma, talvez um pequeno degrau alcançado, do qual, invocando o Senhor, com a esperança exclusivamente n’Ele, pedimos para não descer mais.

Não, porque esta felicidade em nós, coincide com a glória de Deus, com a extrínseca glória que a nossa alma pobre, porém tão amada por Deus, pode oferecer-lhe.

Encontramos verdadeiramente a pérola preciosa pela qual vale a pena vender tudo, perder tudo.

É Deus, o único que nos restará, daqui a pouco, ao passarmos para a eternidade, onde a nossa Mãe nos espera, sem dúvida contente de nos ter servido de “caminho” com a sua “desolação”.

01 novembro 2018

Irradie força e entusiasmo

MANTENHA Uma atitude vitoriosa!

Quando você olha para uma pessoa curvada e triste, perde a confiança, porque verifica que está abatida e preparada para uma derrota.

Não deixe que ninguém pense isso a seu respeito!

Mantenha-se de cabeça erguida, confiante e risonho, e todos confiarão em você.

Irradie força e entusiasmo até por meio da atitude de seu corpo.

29 outubro 2018

Seja otimista

SEJA otimista!

Procure subir, e espere sempre que o melhor lhe aconteça.

Embora as aparências sejam contrárias, confie em Deus, que está dentro de você, porque nele existe a solução de todos os seus problemas.

Olhe para o lado certo da vida, para a felicidade e o progresso, e não detenha jamais sua subida.

Seja otimista, e há de vencer!

27 outubro 2018

Uma atitude vitoriosa

MANTENHA Uma atitude vitoriosa!

Quando você olha para uma pessoa curvada e triste, perde a confiança, porque verifica que está abatida e preparada para uma derrota.

Não deixe que ninguém pense isso a seu respeito!

Mantenha-se de cabeça erguida, confiante e risonho, e todos confiarão em você.

Irradie força e entusiasmo até por meio da atitude de seu corpo.

26 outubro 2018

O amor revigora


Este ano queremos refletir sobre os efeitos do amor vivido por nós, não tanto ligado à nossa vida espiritual quanto à vida do nosso corpo.
Falaremos da saúde, a todo o percurso da vida humana, que prevê também as doenças e a morte, assim como a ressurreição.
Todos esses momento são vividos por nós no amor e como amor.
Como sempre, para esta exploração vou aproveitar das anotações, ideias, dos pensamentos, das compreensões que tivemos ao longo dos anos desde o inicio.

SAÚDE

O nosso corpo é um dom de Deus. Às vezes no mundo a ele se dedica tempo até demais e não por ser uma dádiva de Deus, é claro.
Porém, quantas vezes nós nos descuidamos dele; e somos pessoas a serviço de Deus e consagradas!
No entanto, a vida que levamos no Movimento, por exemplo, foi muito bem organizada pelo Espírito Santo. Basta ler os nossos Estatutos e regulamentos. Porém, que dificuldade se nota para aplicá-los. O ativismo está sempre à espreita e quer comandar. E é a saúde que leva a pior.
Consola, mas não justifica, o fato de que inclusive os santos quase sempre arruinaram a própria saúde, como Santo Inácio de Loyola, embora isso lhes tenha servido de lição para organizar bem a vida de seus filhos.
Não prestar ao corpo os cuidados devidos, produz um desequilíbrio entre o que se dá ao espírito, e foi utilizado pela razão e pela alma, e o que se dá ao corpo, muitas vezes tratado como um burro de carga, que é contentado só de vez em quando.
Estes pensamentos, na nossa história, foram com freqüência objeto de preocupação em relação a nós mesmos e aos outros. Eis o que diz um trecho de diário de muitos anos atrás.
Hoje compreendi que estas férias devem ser mesmo férias. Tenho a impressão de que a vontade de Deus as deseja assim. (...)
Porém, gostaria que os focolarinos que descansam fizessem o mesmo. Que eles organizem o dia com tudo aquilo que faz bem à saúde: esquecer (de certo modo) o Movimento; manter vivas (...) e bem feitas as práticas de piedade; depois, passeios, ginástica, remar no lago, se houver, jogos ao ar livre ou ao redor da mesa à tarde; escolher um bom livro para ler, ver documentários ou filmes sadios e repousantes.
Tudo isso ordenado com um bom sono e sem horários muito rígidos; relax também diário e boa alimentação. Tudo isso porque (...) Deus nos pede (...) para conservarmos bem este corpo enquanto ele quiser, prontos a oferecê-lo a ele quando nos chamar.
Todavia, o que mais ajuda a saúde é a vida sempre ordenada. Foi assim que os vários fundadores pensaram.
Na Regra dos Josefinos de São Murialdo está escrito assim:
A serenidade da vida comunitária é favorecida
(...) por uma sábia organização que garanta a cada irmão tempo para a oração, o trabalho, o estudo e o descanso.
E nós temos os sete aspectos que ordenam a nossa vida.

22 outubro 2018

Vaidade não

NÃO se deixe arrastar pela vaidade. Aprenda a conhecer-se. Não se julgue indispensável. Quando lhe vier a tentação de julgar-se insubstituível, lembre- se de uma verdade irrefutável; só Deus é indispensável. Não se envaideça! Deus, que é grande, não assinou nenhuma de suas obras...
Não se esqueça: quem se exalta será humilhado, mas quem se humilha será exaltado.

20 outubro 2018

Poder da bondade

NÃO duvide do poder da bondade, embora pareça que tudo está contra você.
Um coração com Deus representa maioria, contra toda uma multidão desvairada.
A bondade praticada em todos os momentos é uma semente que nos garantirá colheitas de felicidade e paz.
Só quem planta bondade encontra dentro de si força de viver com Deus.
Use, então, sem restrições, a bondade de seu coração.

19 outubro 2018

Trabalhar para o bem

NÃO pare jamais de trabalhar para o bem! Cada vez que paramos, nossa alma começa a ficar na rigidez cadavérica.
A alma inativa morre de tédio
Não deixe que seu espírito se enfraqueça na inação.
Viva alegre e entusiasta e em pregue todas as suas forças na plantação do bem, do amor, do carinho no coração daqueles que cercam na vida.

16 outubro 2018

A MOEDA EM CIRCULAÇÃO HOJE


Das respostas aos religiosos e sacerdotes de Loppiano
      Loppiano, 26 de junho de 1989

      Você ressalta muito o amor mútuo e nos convida insistentemente a vivê-lo. Por quê?

14 outubro 2018

Trabalhe bem

TRABALHO é sinônimo de nobreza. Não desdenhe o trabalho que lhe coube realizar na vida.
O trabalho enobrece aquele que o faz com entusiasmo e amor.
Não existem trabalhos humildes.
Só se distinguem por serem bem ou mal realizados.
valor ao seu trabalho, fazendo com todo o amor e carinho, e estará desta maneira dando valor a si mesmo.

Maria


Humilde como é, e de poucas palavras, amante como é da oração e do trabalho, Maria passa grande parte de seu tempo no silêncio e na solidão. Não na solidão desesperada e vazia de nossos tempos, na qual o homem perdido na massa urbana, na explosão demográfica, não consegue se comunicar, permanecendo solitário, mas na solidão como uma concha plena do Espírito Santo, no qual, se falta a presença dos homens, há presença Deus. Deus que quer a alma toda para si: solus cum sola.

Maria tece uma história que é um poema; subentende a teologia e entende os mistério da encarnação, as graças e os sacramentos, enquanto reúne e celebra todas as virtudes: a pureza até a Imaculada Conceição, a caridade até a oferta do Filho; a sabedoria e a fé, a piedade e a alegria, até tornar-se plena do espírito Santo. Dizendo Maria designa-se a mãe e a advogada de todos os seres humanos.

Se, como afirma São Bernardo, temos necessidade da mediação de Maria para chegar à mediação de Jesus, eis que Maria nos é necessária como o ar que respiramos: ela é o “hálito” do Espírito Santo.

Ao saudar Maria, na oração com a qual mais frequentemente a invocamos, antepomos ao mais belo nome de mulher o atributo que lhe é mais familiar na cidade de Deus, onde, pela intercessão de Maria, nos tornaremos concidadãos dos santos: Santa Maria, é Santa por excelência porque mais do que qualquer outra pessoa, ela fez a vontade de Deus. Para nós também, é vontade de Deus que nos tornemos santos, porque Ele é o Santo.

A santidade é a subida do homem até Deus, com as asas da redenção, e corresponde à descida de Deus até o homem, com o prodígio da Encarnação. E a Encarnação foi possível inicialmente pela santidade de Maria. Sua santidade é o modelo de nossa santificação, o mais simples e familiar dos modelos, adaptado a toda pessoa, em todas asa condições.

“Santa Maria”! Invocando-a  com este título e este nome, fazemos uma síntese das maravilhas do amor de Deus: os dons do Espírito Santo, de quem ela é esposa; o ministério de Cristo, do qual ela é a mãe; a onipotência do Pai, de quem ele é filha; o mistério da Trindade da qual ela é a flor; as verdades do Evangelho, das quais se fez guardiã em seu espírito, meditando-as; a maternidade virginal da Igreja, para a qual oferece o modelo mais apropriado; e ainda os carismas do sacerdócio, para os quais deu a vida gerando o Sacerdote; da virgindade, da qual ela é  a sua raiz e seu coroamento; do casamento, do qual é o exemplo e a glória. Sempre santa, sob todo e qualquer aspecto, santa. A mais próxima de Deus, a mais próxima de nós.

“Santa Maria” era o nome da caravela com a qual Colombo, atravessando o oceano, descobriu um novo mundo. Santa Maria é a nave com a qual nós, desafiando as tempestades, aportamos no eterno Amor.

Se é verdade, como é verdadeiro tudo o que a teologia demonstra, que a Virgem é a “mãe da santidade”, então, invocando-a com familiaridade amorosa e assídua, continuada e premente, externamos um compromisso de viver como cultores da santidade, para sermos verdadeiros filhos Dela.

Maria segue direto pelo seu caminho: diz honestamente o que pensa, faz o que deve. Não usa de sofismas1, como Zacarias, que por isso fica mudo. Maria, porque é simples, enxerga o certo: vê a Deus, que é a simplicidade absoluta; e acolhe o divino, que é a transparência.

Opõe a beleza à fealdade; o espírito inerme às armas materiais; o sorriso ao cepo dos condenados; a verdade às exibições de armas. Ergue a simplicidade contra a carga imensa de complicações com as quais as pessoas vêm dificultando, quase até ao desespero, algo tão natural como é a vida.


12 outubro 2018

Sua mente

INTERPRETE corretamente a frase de Juvenal: mente sã corpo são.

Não é a mente que depende da saúde do corpo. Ao contrário, é o corpo sadio que depende da mente sadia.

Quando o espírito está perfeitamente equilibrado, não há enfermidades que nos ataquem.

Cuide de sua mente, para que a saúde se reflita em todo o seu corpo.

10 outubro 2018

Jesus abandonado expressão culminante da misericórdia do Pai

É Jesus Cristo quem revela o verdadeiro rosto de Deus (cf. MV 1), quem é para todos nós imagem do Pai, sua expressão, seu esplendor, sua beleza, beleza do seu amor (cf. Jo 14,8-9). Mas até que ponto chegou Jesus a nos amar? Até morrer por nós. De fato, a cruz é o modo mais profundo de a Divindade se debruçar sobre a humanidade (cf. DM 8). No cumprimento do mistério pascal, Jesus vence a dor, o pecado, a morte, e transforma tudo em misericórdia (cf. Rm 5,20) Deus se fez homem para amar – afirma Chiara Lubich – não só com o Amor, mas também com a Dor: assumiu sobre Si “todas as dores do mundo, todas as faltas de unidade do universo e as fez: Amor, Deus!” Ele, cobrindo-Se dos nossos pecados, traduz a dor em amor, traduz a miséria em Misericórdia”. Numa cartinha datada de 1945, Chiara confidencia: “Também eu caio com frequência e sempre. Mas quando levanto o olhar para Ele, e o vejo incapaz de vingar-se, porque está pregado na Cruz por um excesso de Amor, eu me deixo acariciar pela sua Infinita Misericórdia e sei que só ela deve triunfar em mim. Para que serviria ser Ele infinitamente misericordioso? Para quê? Se não fosse pelos nossos pecados?” E num impulso vital, que revela a sua escolha original e a sua consagração a Deus no seu abandono, Chiara exclama: “Quisera testemunhar ao mundo que Jesus Abandonado preencheu todo vazio, iluminou toda treva, acompanhou toda solidão, anulou toda dor, cancelou todo pecado”.
Estes são, em síntese, alguns pontos da espiritualidade traçada por Chiara Lubich, vistos na chave da misericórdia na direção da qual o Ano Santo nos impele a voltar o olhar. Não podemos terminar sem um breve aceno a Maria, mãe de misericórdia e mãe da Obra fundada por Chiara e intitulada a ela “Obra de Maria”. “Uma mãe – afirma Chiara – não deixa de amar o filho se ele é mau, não deixa de esperá-lo se está longe, nada mais quer do que reencontrá-lo, perdoá-lo, reabraçá-lo: porque o amor de uma mãe perfuma tudo de misericórdia. (…) O seu amor, por estar acima de tudo, é um amor que tudo quer encobrir, ocultar. (…) O amor de uma mãe é por natureza mais forte do que a morte. (…) Pois bem, se é assim com mães normais, pode-se muito bem imaginar como é com Maria, Mãe humano-divina do menino que era Deus, e mãe espiritual de todos nós! (…) Mas Deus em Maria deposita o seu desígnio para a humanidade (cf. Lc 1,49); em Maria revela toda a sua misericórdia pelos homens”.

09 outubro 2018

Siga em frente

SE alguém não o compreende, perdoe, e siga em frente!
Não guarde em seu coração mágoas e ressentimentos, medo e tristeza. Caminhe para a frente!
Quanta gente espera de você apoio, compreensão e carinho!
Se não o compreendem, não se importe.
Perdoe e siga em frente, por que em todos os caminhos encontraremos sempre lições preciosas, que nos farão progredir.

08 outubro 2018

Canalizar suas forças

NÃO esbanje suas forças mentais com atividades de pouca importância e prejudiciais a você. Dê finalidade elevada a seus trabalhos. A alimentação e o sexo consomem demasiada energia mental, se não forem bem equilibrados. Canalize sua força espiritual e mental para os sublimes interesses da humanidade, para a felicidade das pessoas que o cercam.

07 outubro 2018

Por sua luz

ESPALHE por todos a alegria que vive dentro de você. Seja sua alegria contagiante e viva, a fim de expulsar a tristeza de todos os que o cercam. A alegria é uma tocha de luz que deve permanecer sempre acesa, iluminando todos os nossos atos e servindo de guia aos que se chegam a nós. Se em você houver luz e você deixar abertas as janelas de sua alma, por meio da alegria, todos os que passarem pela estrada em trevas serão iluminados por sua luz.

06 outubro 2018

Você não está abandonado

VOCÊ jamais está abandonado! Absolutamente! O PAI não abandona ninguém Ele veste de plumas multicoloridas as pequeninas aves, enfeita de beleza e perfume as flores e não deixa morrer de fome nem os insetos nem os pequeninos vermes Esteja certo: não cai um fio cabelo de sua cabeça, sem que Ele o permita Confie no PAI!
Você jamais está abandonado!

04 outubro 2018

Sem exageros

NÃO se deixe levar pelo extremismo. Nem exagero para mais, nem para menos. Saiba permanecer no meio termo. Se correr demais, cansará. Se ficar muito parado, acabará consumindo o terreno de baixo dos próprios pés, e dentro de pouco estará pisando uma cova. Não pare, mas também não queira correr demais. Caminhe firme e com segurança, sem pressa, mas não se de tenha jamais na senda do progresso.

01 outubro 2018

Um relacionamento divino


Por meio da vinda do Filho de Deus que se encarnou na nossa terra, pudemos tornar-nos filhos de Deus; filho, como ele, que é Filho do Pai, filho no Filho.
De fato, dentro de nós está presente um tesouro infinito. Nós o descrevemos como uma voragem, como um abismo, como a imensidão, como um sol divino dentro de nós: é a Santíssima Trindade. Temos, assim, a possibilidade de conviver com ela, podemos ouvir o apelo a nos perdemos nela, para nos encontrarmos mais “cristificados”.
E fechando a janela da alma do lado de fora e abrindo-a para dentro, podemos conversar com ela. Trata-se de um convite a permanecermos no Céu dentro de nós, onde vive o Eterno e é o Ser verdadeiro.
Mas não é somente a oração o que a Santíssima Trindade em nós pede. As três Pessoas Divinas, que são o único amor, desejam ter um relacionamento celestial com cada um de nós; e cada Um a seu modo.


 O Pai.
Temos o Pai. No nosso íntimo está presente um Pai.
Aquele Pai Celeste – que deu origem e sustenta a imensa Criação, o cosmo, no qual estamos imersos como uma gota no oceano – está também no nosso pequeno coração.
E esse Pai é pai realmente. São vários os nossos contatos com Ele; Ele é, por exemplo, o destinatário da oração mais divina que podemos recitar: o Pai-Nosso. Nós o invocamos em nome de Jesus para obtermos as graças desejadas. Uma característica nossa é a que enfatiza o nosso carisma, a frase de são Pedro que sugere: lancemos nele todas as preocupações (cf. 1Pd 5,7). E quantas vezes, uma infinidade de vezes, lançamos com fé as preocupações no seu coração, fomos rapidamente libertados delas, que desapareceram, resolvidas pelo seu amor.
Porque é assim que se age com um Pai: confia-se nele com segurança, em relação a tudo. E este é um Pai, o amparo, a certeza do filho que, como uma criança, abandona-se, despreocupada, em seus braços.

O Verbo.
Dentro de nós há também o Filho: o Verbo, que, tendo-se encarnado, é Jesus.
É Jesus que está dentro de nós.
Aprendemos a amá-lo profundamente, por exemplo, nas suas diferentes presenças: na Eucaristia, na Palavra, na unidade entre os irmãos, no pobre, na autoridade que o representa, no fundo do nosso coração.
Mas Jesus está num aspecto particular, que nós reconhecemos e amamos como Esposo da nossa alma: Jesus no seu abandono. E sabemos que Esposo Ele foi e será para nós até o fim da nossa vida.
Foi Ele quem nos amparou em todas as provações da vida, em todas elas, sugerindo-nos como supera-las, como restituir à nossa vida a paz e a força.
Jesus Abandonado: o Esposo da nossa alma!

O Espírito Santo.
Aquele Espírito do qual conhecemos os efeitos divinos: nas pessoas, nas comunidades renovadas pela sua presença, pela sua atmosfera. Aquele com quem – como se fosse um outro “eu” – nós nos confidenciamos com a certeza de que sempre nos responde quando o invocamos, e que nos sugere palavras de sabedoria, que nos conforta, nos sustenta e nos ama com um amor especial como um amigo verdadeiro. É o nosso amigo, o Espírito Santo.
Pai, Esposo, amigo.
O que mais podemos querer? E os três são um, um só Amor, que fez morada no nosso coração.
Reflitamos juntamente com Maria, sobre a qual o Espírito Santo desceu, a potência do Altíssimo, o Pai, estendeu a sua sombra, em quem o Verbo se encarnou.
Mantenhamos e reforcemos com ela esses relacionamentos, enquanto, continuando a viver o momento presente, nos inserimos no presente eterno no qual está Deus, no qual os três vivem, assim como estão presentes no nosso pequeno coração.