28 março 2021

Código da revolução cristã

O EVANGELHO não é um livro como os outros. Onde ele finca raízes, provoca a revolução cristã, porque dita leis não só para a união da alma com Deus, mas das pessoas entre si, sejam elas amigas ou inimigas. E pede, qual imperativo supremo, a unidade de todos, o Testamento de Jesus realizado, pelo menos naquela porção da sociedade em que os cristãos que vivem a Palavra estão inseridos. E, em todos os lugares onde um deles vive, até o deserto floresce.

O EVANGELHO é portador da vida mais fascinante, acende a luz no mundo, dá sabor à nossa existência, guarda em si o princípio da resolução de todos os problemas.

SÓ É POSSÍVEL conceber uma sociedade seriamente renovada se se formarem “homens novos”, renovados pelo Evangelho. Cada um deles, então, em seu ambiente, esternará a própria fé cumprindo seus deveres, e as estruturas eficazes já existentes adquirirão novo valor, as ineficientes cairão e as que faltam germinarão.

NÃO É PRECISO ir muito longe para encontrar remédio e solução para as fumaças que empestam a atmosfera do mundo. O Evangelho é a saúde eterna, e quem até morre, em nome dele e por ele, desaparecendo, ignorado talvez por todos, inclusive em nossos dias, vive. Ele, porque amou, e perdoou, e defendeu, e não cedeu, é um vitorioso e, como tal, é acolhido nos páramos eternos.

Mas o Evangelho não há de ser apenas a norma da nossa morte. Ele deve ser o pão cotidiano da nossa vida.

O MUNDO é monótono e apagado, inclusive porque, ávido de novidades, se afoga nas notícias veiculadas todos os dias nos jornais que seduzem e decepcionam.

Talvez, se alimentássemos mais frequentemente a alma com Palavras eternas que venceram o mundo e a ele resistiram com sabedoria e ciência, nós a mergulharíamos em águas salutares, retirando-a depois, mais feliz e mais ela mesma, porque marcada de imortalidade.

É INÚTIL não admitir. Não somos cristãos como Jesus gostaria que fôssemos, a não ser em casos raros.

Se observássemos, por exemplo, as bem-aventuranças, não encontraríamos edifícios de sofrimento, mas casas onde se alçam – na medida do possível – hinos de agradecimento ao Senhor. Não encontraríamos suporte, mas “paz” nos corações e mansidão nos filhos de Deus na conquista da terra. Não encontraríamos pessoas emaranhadas nas sujeiras do mundo, mas olhos que, mesmo estando no mundo, veem a luz de Deus. Não encontraríamos pobreza, mãe de miséria espiritual, mas riqueza de Reino de Deus. Não encontraríamos ira, ódio, vingança, falta de perdão, porque todos os relacionamentos humanos seriam temperados pela misericórdia.

Mas, ao contrário, o mundo é uma melancolia perene e são esquecimento os locais do choro, choro perene, e os locais dos mortos, embora vivos para a verdadeira vida.

O mundo – embora cristão – continua o que é porque os cristãos não se amam. Eles, não se amando, não põem Cristo entre eles, e Jesus não pode sussurrar às suas almas os verdadeiros valores do Evangelho, e onde não existe comunhão existe pouco cristianismo.

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