“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,19). É uma tensão contínua porque a nossa natureza ama a si mesma.
      
Não raro, a imprensa noticia desastres, terremotos, ciclones que fazem vítimas, feridos, desabrigados.
      
Entretanto, uma coisa é estar entre eles, outra é não estar.
      
E, mesmo podendo oferecer algo para socorrer os outros, nós não somos eles.
      
Amanhã, poderá acontecer o contrário: eu, num leito de morte (se me for dado um leito!), e os outros lá fora, ao sol, gozando a vida como podem.
      
“Ama o teu próximo como a ti mesmo”: tudo o que Cristo nos mandou fazer vai além da natureza.
      
Mas também o dom que Ele nos fez, o dom de que falou à Samaritana, não é de natureza humana.
      
Por isso, é possível o vínculo com a dor do irmão, com a alegria e com as preocupações do outro, porque temos em nós a caridade, que é de natureza divina.
      
Com esse amor, ou seja, com o amor cristão, o irmão pode ser realmente confortado e, amanhã, eu posso ser confortado por ele. Assim é possível viver, pois, do contrário, a vida seria bem dura, difícil, e às vezes poderia parecer impossível.
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