VERAO EM VALTOURNANCHE E A ALA DI STURA
19 de julho de 1964
No dia 12 morreu Eletto[1]
O nosso coração petrificado pela dor não consegue ainda conceber este
fato. Cada obra da Obra necessita de uma pedra angular, e Eletto é a primeira
pedra de Loppiano[2]. Digo
isso repetindo uma frase de muitas pessoas. Somente Deus sabe o verdadeiro
sentido deste novo mistério que tocou primeiro a ele, e depois, a nós com toda
a Obra. E verdade que é preciso acreditar no amor; qualquer outro raciocínio
pode ser falso. Eletto era tão bom, tão sólido, tão humilde, que pertencia mais
a Deus do que a nós, e Ele, talvez por isso mesmo, o tenha tomado para si.
Agora está com Jesus, a quem amou, com Maria e com os nossos que — esperemos —
estão no paraíso. De último de todos, como se sentia, tornou-se o primeiro, que
todos observam.
Meu Deus, que abismo misterioso é esta vida e esta
morte, que cada um de nós tem que enfrentar Concede-nos viver no amor para
poder morrer no amor
Eletto fez, como último gesto, um ato de amor[3].
Tinha se acostumado a isto, pois nestes momentos, pelo contrário, não se pensa
senão em si mesmo.
Eletto nosso, reze agora no céu por nós, que rezamos
por você. Estamos certos de que Deus, amando-o, acolheu a você no melhor
momento. Você o amou na sua vida, não tinha outra coisa senão Ele e Maria.
Agora você chegou onde também nós deveremos chegar
Abre a estrada para nós, Eletto, junto com os outros focolarinos, e prepara
para nós o lugar Seja nosso advogado junto à Maria e peça, insistentemente, a
Ela que nos permita morrer antes de ofender a Jesus, mesmo se minimamente, e
peça a Ela, que nos torne santos para sua glória.
E você, que vê do Céu aquilo que tem valor, como já se
acostumou por aqui, ajude-nos a não sair da estrada e a nos mantermos na caridade,
como você fez.
Dois sentimentos se alojaram em nós: um que não dá
valor a nada do que fazemos pois... Eletto não está mais conosco! Um outro que
nos leva a acreditar que também, neste gesto, Deus tenha sido Amor para ele e
para nós, e que nos impulsiona a prosseguir pelo caminho do Ideal mais do que
antes. O segundo é o correto. O primeiro paralisa e, portanto, não é
verdadeiro.
Então, coragem! Partamos novamente deste túmulo azul[4],
como se fosse diante de um outro apelo do Senhor:
“tudo desmoronava”. Não existe nada a não ser Deus e
aqueles que já chegaram a Ele.
Também os meninos que Eletto acompanhava tiveram a sua
grande cruz. Esperemos que desta dor nasça algo para eles, para a glória de
Deus no seio da Obra, e para a beleza da Igreja. Além de tudo, Eletto não teria
desejado nada melhor.
(Diário de viagem 1964-65, 1985, pp. 74-75)
acidente no lago de Bracciano, próximo a
Roma;
trabalhos
para a construção da Mariápolis permanente. Trata-se de uma cidadezinha
com
todas as
vocações da Obra que demonstra continuamente o que os encontros Mariápolis
que são temporários -
constroem a cada vez;
passeio com ele e que tinha
permanecido só no barco, para que se dirigisse rapidamente para
a margem (isto sem sequer
demonstrar a gravidade do que estava acontecendo com ele,
como contou o próprio rapaz, que
somente mais tarde percebeu o fato). Cf. Giordani, 1.
Vincenzo Folonari. Roma: Cittá
Nuova, I965;
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