Na vida, a
dor costuma aparecer com freqüência: a desilusão com um amigo, a dor física, a
apatia diante da rotina cotidiana. Há pessoas que se consolam pela perda de um
ente querido com a idéia de que existe a outra Vida; há outras que dizem: «é
preciso aceitar a doença». Mas, diga-me, como você vive quando surge uma
dor? Ela tem algum significado, algum sentido a mais para você?
Como muitas outras pessoas, eu
descobri o significado da dor em Jesus.
Vocês perguntarão: « Por quê?».
Porque ele
poderia ter encontrado milhares e milhares de maneiras de salvar-nos, de
redimir-nos. Mas escolheu a dor. O que nos leva a deduzir que a dor é uma coisa
valiosíssima.
E
então, como faço para enfrentá-la? Quando ela chega, procuro não a evitar, não
a rejeitar, mas aceitá-la; embora, em se tratando de uma doença, por exemplo,
eu tome as medidas necessárias.
É muito
importante acolher a dor, “abraça-la”, reconhecendo nela a face de Jesus
crucificado e abandonado.
Porque a vida
é uma viagem. Nós nos encaminhamos — ainda que não creiamos nisso — para a Vida
Eterna, maravilhosa, belíssima. Esta vida aqui na terra é apenas um treino.
É preciso
fazer essa Santa Viagem[1],
caminhar. Mas, durante a caminhada, enquanto as alegrias não freiam, podem-se
encontrar certos obstáculos que bloqueiam: os sofrimentos.
Portanto, é uma coisa inteligente amar —além das alegrias
(o que é fácil) — também a dor. E, mais inteligente ainda, amar a dor mais do
que as alegrias.
É uma grande ajuda.
[1] Trata-se
do itinerário que o homem faz para chegar a Deus. É uma viagem espiritual rumo
à santidade: «Feliz o homem que põe a sua confiança em Ti e decide, em
seu coração, empreender a santa viagem.» (cf. Si 83,6)
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