Quando chegou o momento de entrar, por assim dizer, oficialmente no nosso Movimento,
Maria se apresentou ou melhor, Deus no-Ia revelou grande, na mesma proporção em que ela soube
Foi em 1949 (um ano de graças particulares, provavelmente um período “iluminativo” da
nossa história) que Deus quis dizer ao nosso coração algo sobre Maria.
Por exemplo, compreendemos que Maria, inserida como criatura rara e única na Santíssima
Trindade, era inteiramente Palavra de Deus, era toda revestida da Palavra de Deus. Foi tão forte a
nossa impressão diante desse conhecimento, que nos parecia que só os anjos podiam balbuciar
E se o Verbo, a Palavra, é o esplendor do Pai, Maria, “substanciada” com a Palavra de Deus,
Afinal, que Maria é inteiramente Palavra de Deus já se nota no Magnificat, cuja originalidade
consiste precisamente no fato de ser ele uma sucessão de frases da Escritura: a Virgem se
alimentava de tal maneira das Escrituras que, ao falar, estava acostumada a usar as expressões
Compreendemos que aquilo que caracteriza Maria — e que nela alcança a perfeição — é o
mesmo que deveria qualificar qualquer cristão: repetir Cristo, a Verdade, a Palavra, com a
personalidade que Deus deu a cada um.
Ao vê-la assim, com a alma sentimo-nos atraídos por Maria; e nasceu em nós um novo amor
Esse nosso amor por Maria era novo, e a ele Mana respondeu como manda o Evangelho,
explicando-nos de modo mais claro em que consistia a sua enorme grandeza: no fato de ser a Mãe
Portanto, ela não era só (como pensávamos antes) a jovenzinha de Nazaré, a mais bela
criatura do mundo o coração que contém e supera o amor de todas as mães do nosso planeta; mas
E nos bastou uma pequena intuição desse mistério para que nos emudecêssemos em
adoração e agradecimento a Deus, por ter operado tanto em uma criatura.
Compreendendo-a assim. tivemos a impressão de que Maria nos revelasse uma dimensão
sua que até então ignorávamos quase completamente.
Para fazer uma comparação: antes, víamos Maria diante de Cristo e dos santos como se vê
no céu a Lua (Maria diante do Sol (Cristo) e das estrelas (os santos). Agora não: a Mãe de Deus
abraçava, como um enorme céu azul, o próprio Sol, Deus.
Deus, no Seu amor ilimitado por essa criatura privilegiada, de certo modo tinhase “minimizado”
diante dela. Ele “despojou-se a si mesmo” (Fl 2,7), tal como são Paulo diz de Jesus; e isso teve Iní
Lembro que, diante dessa visão da grandeza de Maria, o nosso impulso era gritar a todos: só
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