Fiz
uma cirurgia no coração no ano passado e a experiência da doença me fez crescer
no relacionamento com Deus. O pensamento espiritual de junho me ajudou muito a
viver intensamente o momento presente. Poderia me dizer como devo me preparar
bem para “o último dia” e como viver para “aquela hora”?
Em
primeiro lugar faço votos de que você viva ainda muitos anos nesta terra. Com
aquela força que a vida espiritual dá também à vida física.
Você
sabe que nós, no Movimento, sempre preparamos todos para a outra vida e que nos
meus discursos falo sempre sobre o paraíso. De forma que todos vocês estão
preparados... Este é o segredo das muitas mortes maravilhosas que temos dos
membros do Movimento.
Se
você lê o nosso noticiário Mariápolis, encontrará nas últimas páginas notícias
sobre os últimos que partiram para a Mariápolis Celeste. E a primeira coisa que
leio quando recebo o noticiário, porque é a mais interessante. Ver como viveram
e, sobretudo, como morreram.
Estes
nossos irmãos nos ajudam muito, se nós seguirmos o seu itinerário de vida.
Vivendo, por exemplo, o momento presente que é o nosso
ideal. Portanto, viver o momento presente; está sempre no momento presente.
Percebi,
neste último período, que por vezes, devido ao cansaço, não vejo a hora de
terminar de fazer uma determinada coisa. Por exemplo, devo dar um passeio todos
os dias e não vejo a hora que ele termine.
Quando
me lembrei de que é preciso viver o momento presente, constatei que no fim do
passeio estou mais descansada. Pois se nos concentramos no momento presente,
somos como que carregados. Desse modo, construímos cada momento para a outra
vida.
Portanto,
é este o conselho que te dou: viver bem o momento presente. De vez em quando,
pegue este pensamento espiritual, que te marcou tanto, e leia-o, depois
releia-o. Além disso... reze e seja amigo das pessoas que já estão na
Mariápolis Celeste. Digo isso não só para você, mas para todos, porque todos
nós podemos partir de uma hora para a outra.
(A Mariápolis de Montet, 3 de setembro de 1995)
Chiara,
observando a sua vida intuo que para você o mistério da morte e da “outra” vida
deixou de ser um mistério, mas é uma realidade mais verdadeira do que aquela
contingente. É realmente assim? Pode me dizer algo mais?
Não
posso dizer que deixou de ser um mistério; é sempre um mistério. Porém, é
verdade também que é uma realidade para mim... e não só pela fé que recebi da
Igreja por meio do batismo e da Palavra, mas também porque o carisma fez
crescer imensamente esta fé em tudo o que a Igreja ensina. É o Espírito Santo,
portanto, que a confirmou. Por isso eu creio verdadeiramente na outra vida; e
como!
Mas
compreendi também em todos estes anos (...), algo de maravilhoso sobre o
paraíso, de como será o paraíso.
Como
será o paraíso?
No
paraíso nós entraremos no seio do Pai também físicamente, e seremos envolvidos
no Pai completamente. Participaremos com Jesus de toda a sua vida. Jesus amará
o Pai e nós o amaremos. Jesus estará em constante relacionamento com o Espírito
Santo, com Maria, com os santos, e nós também. Nós estaremos revestidos da
mesma realidade de Jesus, das suas mesmas glórias. Desse modo, será um paraíso
que permanecerá eternamente.
Depois,
como diz São Paulo, somos não somente filhos, mas também herdeiros. Portanto,
tudo o que existe no paraíso, imaginem (falo das coisas mais materiais) os céus
novos e à terra nova, tudo aquilo que encontraremos, etc., que é de Jesus,
porque tudo converge para Ele, será também nosso. Teremos riquezas infinitas.
A
terra é nada... Ontem eu vi todos vocês que me esperavam e disse: “Mas isso já
é o paraíso!”. Mesmo assim, lá será tudo muito mais bonito! Ainda mais bonito!
(Aos internos de Loppiano, 26 de
maio de 1996)
Nem
sempre entendemos bem o que é o pecado, o inferno. Muitas vezes, entre nós, nos
perguntamos como eles podem existir se Deus é Amor. O que você nos diz? Poderia
nos falar do paraíso, de como será o paraíso?
O
pecado existe, é evidente; Basta ver o telejornal: é quase um “desfile” de
pecados.
A
propósito da ligação entre o pecador e Deus-Amor, é ele, o pecador, que não
quer saber de Deus, que não quer colocar-se em suas mãos. É ele que cria para
si mesmo o inferno. Deus não tem nada a ver com isso.
Por
outro lado, Jesus sempre nos alertou que a vida é uma coisa séria e nos
advertiu: olhem que o paraíso existe, mas também existe o inferno.
No
decorrer dos séculos Deus explicou muitas vezes o que é o inferno para pessoas
santas, e de maneiras diferentes, pois Deus se adapta à pessoa. Por exemplo,
ele mostrou o inferno por um minuto a Jacinta e Francisco, os pastorinhos de
Fátima, que os deixou terrificados. Era como um mar de fogo e dentro dele
tinham pessoas que se debatiam por todos os lados e demônios em forma de gente;
tudo isso para fazê-los entender a gravidade do inferno.
Estas
duas crianças ficaram tão assustadas que diziam em todos os lugares a todos:
“Não vão para o inferno. Não pequem. Não cometam pecados, porque é horrível o
inferno. Nós vimos como ele é”.
A
certeza é que o inferno é o “não-amor’. Lá não temos mais a chance de amar e é
a única coisa que seria preciso fazer. A única coisa que dá sentido à vida
humana é amar e lá, não se pode mais amar. O grande sofrimento do pecador no
inferno é quando compreende que seria preciso amar e não pode mais fazer isso.
No
paraíso, ao invés, tudo... e amor. (...)
(Aos internos de Loppíano, 26 de maio de 1996)
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