Talvez nunca compreenderemos de modo perfeito o valor de viver bem o momento presente. Algo poderia dizer-nos o fato de que famosos mestres da alma aconselham os moribundos a viverem bem o momento presente.
O fato é que, se vivo o presente, Deus está comigo na sua vontade sobre mim naquele momento e na sua graça atual. Se eu não viver bem o momento presente, Deus não estará comigo e eu não estarei com Ele. Muitas vezes nos inquietamos em busca de caminhos para chegar até Ele, para sermos bons e tornarmo-nos santos.
Mas por que procurar caminhos se Ele é o Caminho, e Ele está aqui — Eterno Presente — esperando em cada momento da vida, que nos concede, poder colaborar conosco para agir através de nós e em nós e fazer-nos realizar obras dignas de filhos de Deus?
E se precisamos de provações, se sentimos a exigência de rupturas, de dores, de mortificações e de agonias para quebrar a monotonia deste estático e enfadonho viver humano, para deter a corrida na normal corrente do mundo e subir aos cumes puros do divino, Ele saberá apresentar-nos no momento
presente, sob as dolorosas e inevitáveis circunstâncias da vida, sob as leis perenes e imutáveis da Igreja, que repete com Cristo, de mil maneiras: “Renuncia-te a ti mesmo e toma a tua cruz”.
A vida, em suma, seria simples. Somos nós que a complicamos.
Bastaria encaixar-nos bem no presente, com todas as suas alegrias, os seus imprevistos, as suas labutas e os necessários compromissos: e tudo correria bem, como se fôssemos levados por um poderoso foguete rumo à eternidade feliz.
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