01 fevereiro 2019

As exigências Dele

Nem sempre se exige de nós dar a vida pelos outros a ponto de imolá-la totalmente, como fez Jesus. Mas, para amar realmente o próximo, temos de viver bem todas as pequenas ou grandes “mortes” que a mútua caridade exige: esquecermo-nos de nós mesmos, desapegarmo-nos das coisas, dos nossos pensamentos, dos nossos interesses, para estarmos inteiramente projetados nos outros — “fazer-se um” com quem sofre e, com isso, a dor do outro diminui, ou “fazer-se um” com quem se alegra, e a alegria se multiplica. Isso é verdadeiramente morrer. “Viver para os outros”, “viver os outros”, acarreta a abdicação de si mesmo, a morte espiritual de si. Quando, então, começamos a amar os outros assim e, dessa forma, somos, por nossa vez, também amados, experimentamos passar de um plano da vida do espírito para um plano superior; notamos um salto na vida interior. Conhecemos, de maneira nova, os dons do Espírito: uma alegria jamais sentida, uma paz, uma benevolência, uma magnanimidade… Adquirimos uma nova luz, que ajuda a ver cada acontecimento em Deus. E ainda, o amor mútuo testemunha Cristo ao mundo. Foi Jesus quem disse: “Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,35). Como sabemos, é o início da revolução cristã, aquela revolução que os primeiros cristãos irradiaram em todo o mundo então conhecido, motivo que fez Tertuliano dizer: “Nascemos ontem e invadimos o mundo”

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