Quando a unidade com os irmãos é completa, quando brota nova e com maior plenitude das dificuldades — como a noite que se dissipa em dia, a lágrima, em luz —, muitas vezes, eu te encontro, ó Senhor. Eu te encontro, ao me recolher no templo de minha alma, ou quando, tão logo as circunstâncias me deixam só, me convidas, me atrais, suave mas decididamente, para a tua divina presença. Então, só Tu reinas dentro e fora de mim e a casa que me deste para uso, no peregrinar da vida, sinto-a, proclamo-a morada do meu Deus. Essa tua presença é amor, mas um amor que o mundo não conhece… A alma se encontra submersa como que em um delicioso néctar e o coração parece ter-se tornado o cálice que o contém. A alma é toda um cântico silencioso, de ti somente conhecido: uma melodia que te alcança, porque emana de ti e de ti se compõe. Es ses são os momentos em que a paz parece substancial, em que a certeza da salvação é adamantina, em que, mesmo estando na terra, parece que se flutua no Céu. E… que estranho! — estranho para a inteligência humana — estivemos com os irmãos o dia inteiro e, à noite, encontramos o Senhor que dissipou qualquer vestígio, qualquer lembrança de criatura. Parece, naqueles instantes, que a fé não é necessária, a fé na existência Dele. Ele, ocupando com imensa doçura a nossa casa, feito nosso quinhão e única herança, Ele mesmo nos manifesta a sua existência.
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