16 janeiro 2018

Harmonia e ambiente


    De um discurso preparado para um grupo numeroso de pessoas reunidas em um congresso, uma Mariápolis

    1964

    Também aqui, como em todo o resto da nossa vida, o que nos deve guiar é o amor. Inclusive no que concerne ao ambiente que nos deve recolher, devemos ser guiados pelo amor, o qual leva a ‘fazer-se um’ com os outros. Então, nossa casa não será uma casa pobre ou uma casa rica: podemos morar num palácio, como num mocambo; num arranha-céu, como numa casinha de campo, onde quer que

    seja, contanto que o ambiente que nos acolhe seja caridade para os nossos irmãos. Se assim for, os ricos, vindo, não se sentirão humilhados e os pobres não ficarão no limiar da porta. [...]

    Em qualquer ambiente em que moremos, devemos nos lembrar de que aquela casa acolhe uma família de verdadeiros irmãos, que, por estarem unidos em seu nome, têm Jesus entre eles: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt. 18,20). Essa é a palavra evangélica que Deus nos sugeriu para iluminar esse aspecto da nossa vida. Se a nossa é casa de verdadeiros irmãos unidos em nome de Jesus, se é um ambiente que hospeda uma família, e cada irmão é um outro Cristo, poderíamos dizer que a casa que nos hospeda é a Casa. Hospedando irmãos verdadeiros no sentido sobrenatural, irmãos que se tornaram tais após a revolução cristã em ação, ela acolhe uma célula do Corpo Místico de Cristo. A realidade de irmãos unidos no nome de Jesus é algo tão harmonioso, que não pode deixar de ter o seu reflexo na casa que os circunda: esse reflexo harmônico unitário é a característica das nossas casas. [...]

    Naturalmente, se a característica de nossas casas deve ser o reflexo harmônico da vida de unidade que os moradores vivenciam ali, não importará tanto que tenhamos poucos ou muitos objetos para colocar nelas, mas que eles estejam dispostos de tal maneira que vão ao encontro do gosto de todos e concorram, dessa forma, para fazer de nossas casas um reflexo da obra de Deus.

    E como a caridade deve guiar-nos sempre, a casa deve ser acolhedora; e, dado que devemos ‘fazer-nos um’ com o tempo em que vivemos, ela deve ser moderna.

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