29 setembro 2021

Sem limites

Amemos o irmão. Os irmãos são a nossa grande oportunidade. Não percamos nenhuma, ao longo de todo o dia.

Amemos aqueles a quem costumamos dirigir nosso cuidado pelo fato de os vermos fisicamente ao nosso lado.

Amemos aqueles que talvez não estejam à nossa vista. Por exemplo, aqueles de quem falamos ou se fala, aqueles de quem nos lembramos ou por quem rezamos, aqueles de quem temos alguma notícia no jornal ou na televisão, aqueles que nos escrevem ou a quem escrevemos, aqueles a quem se destina o trabalho que nos ocupa dia após dia…

Amemos os vivos e aqueles que já não estão mais na terra.

#CHIARALUBICH 

27 setembro 2021

Um por vez

Precisamos dilatar o coração segundo a medida do Coração de Jesus. Quanta labuta! Mas é a única necessária. Isso feito, tudo feito.

Trata-se de amar a cada um que de nós se achega, como Deus o ama. E, dado que estamos no tempo, amemos ao próximo um por vez, sem guardar no coração resquícios de afeto pelo irmão encontrado um minuto antes. Afinal, é o mesmo Jesus que amamos em todos.

Mas, se o resquício fica é porque amamos o irmão de antes por nós mesmos ou por ele… não por Jesus.

E aí está o problema.

Nossa obra mais importante é manter a castidade de Deus, ou seja, manter no coração o amor, como Jesus ama. Portanto, para ser puro, não é preciso tolher o coração e nele reprimir o amor. É preciso dilatá-lo segundo a medida do Coração de Jesus e amar a todos.

Como basta uma hóstia santa entre os bilhões de hóstias na Terra para nos alimentarmos de Deus, basta um irmão — aquele que a vontade de Deus nos põe ao lado — para comungarmos com a humanidade, que é Jesus místico.

E comungar com o irmão é o segundo mandamento, aquele que vem imediatamente após o amor a Deus e como expressão dele.


#CHIARALUBICH 

25 setembro 2021

A “descoberta”

Durante a Segunda Guerra Mundial, quando, com minhas companheiras, descíamos para os abrigos antiaéreos, líamos o Evangelho. Dizia ele: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,19). E nos perguntávamos: “O próximo… onde está o próximo?”

Estava ali, ao nosso lado. Estava naquela velhinha que toda vez chegava ao abrigo a duras penas, arrastando-se. Era necessário amá-la como a nós mesmas, portanto, ajudá-la toda vez, amparando-a.

O próximo estava ali naquelas cinco crianças amedrontadas, ao lado de sua mãe. Era preciso tomá-las nos braços e acompanhá-las de volta para casa.

O próximo estava ali naquele doente preso em casa, sem possibilidade de se proteger, precisando de cuidados. Era necessário visitá-lo, buscar remédios para ele, dar-lhe assistência.


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23 setembro 2021

Quem é o próximo?

Amar a todos. E, para chegar a isso, amar o próximo.

 Mas, quem é o próximo? Já sabemos. Não devemos procurá-lo longe: o próximo é o irmão que passa ao nosso lado, no momento presente da vida.

Para ser cristão, é necessário amar esse próximo agora. Portanto, não um amor platônico, não um amor ideal, mas um amor operoso.

É preciso amar, não de maneira abstrata e futura, mas de modo concreto e presente, agora.

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21 setembro 2021

Fora os julgamentos!

Na qualidade de cristãos, somos chamados a contribuir para o “ut omnes”1. Então, antes de mais nada, reavivemos a nossa fé em que cada homem é chamado à unidade, porque Deus ama a todos.

E não arranjemos desculpas como: “aquele lá nunca vai entender”; “aquele outro é pequeno demais para compreender”; “aquele ali é parente meu e o conheço bem, é apegado às coisas da terra”; “este aqui acredita no espiritismo”; “aquele acolá é de uma outra religião”; “este é velho demais para mudar”…

Não! Fora todos esses julgamentos! Deus ama a todos e por todos espera.

#CHIARALUBICH 

19 setembro 2021

Todos candidatos à unidade

A fraternidade universal liberta-nos de todas as escravidões, porque somos escravos das divisões entre pobres e ricos, entre gerações — pais e filhos —, entre brancos e negros, entre raças, entre nacionalidades. Somos escravos, criticamo-nos, erguemos obstáculos entre nós, criamos barreiras.

Não! É necessário desvincularmo-nos de todas as escravidões e vermos em todos os homens, em todos os homens mesmo, possíveis candidatos à unidade com Deus e à unidade entre si.

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17 setembro 2021

Abrir o coração de par em par

É preciso abrir o coração de par em par, transpor todos os obstáculos e abraçar a fraternidade universal: eu vivo pela fraternidade universal!

Se somos todos irmãos, devemos amar a todos. Devemos amar a todos. Parece uma coisinha de nada… Mas é uma revolução!


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15 setembro 2021

Fraternidade universal

Acima de todas as coisas, a alma deve sempre dirigir o olhar para o único Pai de tantos filhos. Depois, ver todas as criaturas como filhas do único Pai.

Com o pensamento e com o afeto do coração, ultrapassar sempre todos os limites interpostos pela vida simplesmente humana e tender, constantemente e por hábito adquirido, à fraternidade universal num único Pai: Deus.

Jesus, nosso modelo, ensinou-nos apenas duas coisas que são uma só: sermos filhos de um único Pai e sermos irmãos uns dos outros.

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13 setembro 2021

Amor divino e amor humano

O amor sobrenatural, sendo participação do mesmo amor que está em Deus, que é Deus, difere do amor humano de maneiras infinitas, mas é principalmente diferente porque o amor humano faz distinções, é parcial, ama determinados irmãos como, por exemplo, os irmãos de sangue, ou os que são cultos, ricos, bonitos, respeitados, sadios, jovens…; ou os que são de determinada raça ou classe social, mas não ama — ao menos não desse modo — os outros.

O amor divino, ao contrário, ama a todos, é universal


#CHIARALUBICH 

11 setembro 2021

A primeira qualidade do amor

A primeira qualidade do amor cristão é amar a todos.

Essa arte de amar pretende que amemos a todos, sem distinção, como Deus ama. Não  há que escolher entre simpático ou antipático, idoso ou jovem, compatriota ou estrangeiro, branco ou negro ou amarelo, europeu ou americano, africano ou asiático, cristão ou judeu, muçulmano ou hinduísta…

Valendo-nos de uma linguagem bastante conhecida hoje, podemos dizer que o amor não conhece “nenhuma forma de discriminação”.


#CHIARALUBICH 

09 setembro 2021

AMAR A TODOS

“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos Céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos.”

(Mt 5,44-45)


07 setembro 2021

Exigências do amor verdadeiro

A caridade é uma virtude importantíssima, é tudo. Portanto, convém, desde já, empenharmo-nos em vivê-la um pouco melhor. Para tanto, é preciso saber quais as coisas que a fazem especial.

Diz um pensador: “Amar é bom; saber amar é tudo”2. Sim, saber amar, porque o amor cristão é uma arte, e é preciso conhecer essa arte.

Um grande psicólogo de nosso tempo disse: “Muito raramente, a nossa civilização procura aprender a arte de amar e, apesar da busca desesperada de amor, todo o resto é considerado mais importante: sucesso, prestígio, dinheiro, poder. Gastamos quase toda a nossa energia para alcançar esses objetivos e não reservamos nenhuma para conhecer a arte de amar”3.

A verdadeira arte de amar emerge por inteiro do Evangelho de Crist o. Colocá-la em prática é o primeiro e imprescindível passo a ser dado para que se desencadeie a revolução pacífica, mas tão incisiva e radical, que muda tudo. Ela atinge não apenas o campo espiritual, mas também o humano, renovando cada sua expressão: cultural, filosófica, política, econômica, educativa, científica etc. É esse o segredo da revolução que possibilitou aos primeiros cristãos invadirem o mundo então conhecido.

Arte que exige empenho, arte com fortes exigências…

 É uma arte que pretende que se vá além do horizonte restrito do amor simplesmente natural, muitas vezes dirigido quase unicamente à família e aos amigos. Aqui, o amor deve ser orientado a todos, ao simpático e ao antipático, ao bonito e ao feio, ao conterrâneo e ao estrangeiro, de minha religião ou de outra, de minha cultura ou de outra, amigo, ou adversário, ou inimigo que seja. É preciso amar a todos como o Pai celeste que manda Sol e chuva sobre bons e maus.

É um amor que estimula a amar primeiro, sempre, sem esperar ser amado. Como fez Jesus Cristo, o qual deu a vida por nós, quando ainda éramos “maus” e, portanto, não amávamos.

É um amor que considera o outro como a si mesmo, que vê a si mesmo no outro. Dizia Gandhi: “Tu e eu somos uma só coisa. Não te posso fazer mal, sem me ferir”4.

Esse amor não é feito apenas de palavras ou de sentimento, é amor concreto. Exige que nos “façamos um” com os outros, que “vivamos”, de certo modo, o outro em seus sofrimentos, em suas alegrias, em suas necessidades, para entendê-lo e poder ajudá-lo com eficácia.

Essa arte pretende que amemos Jesus na pessoa amada. De fato, embora esse amor seja dirigido a determinado homem, a uma mulher em especial, Cristo considera como feito a si tudo o que a eles se fez de bom e de ruim. Ele disse e repetiu, falando da cena grandiosa do juízo final: “Foi a mim que o fizestes… Foi a mim que o fizestes” (cf. Mt 25,40).

Vivida por muitas pessoas, essa arte de amar leva ao amor mútuo: na família, no trabalho, nos grupos e no campo social. Amor recíproco, pérola do Evangelho, Mandamento Novo de Cristo, que constrói a unidade.

São essas as características do amor verdadeiro. São as exigências que o tornam especial e que inferimos do Evangelho.

#CHIARALUBICH 

1 SANTO AGOSTINHO. Commento alla prima epistola de san Giovanni, 5, 7. Nuova Biblioteca Agostiniana, XXIV/2. 3. ed. Roma : Città Nuova, 2004, p. 1.735.

2 CHATEAUBRIAND, F.-R. In: Aforismi e citazioni cristiane. Casale Monferrato : Piemme, 1994, p. 17.

3 Fromm, E. A arte de amar. São Paulo : Martins Fontes, 2000, p. 18.

4 Apud MÜHS, W. Palavras do coração. 3. ed. São Paulo : Cidade Nova, 2006, p. 121

05 setembro 2021

Vem do Céu

Sabemos que o Evangelho nos pede muitas coisas, mas sabemos que existe também um mandamento que, de certo modo, resume todas elas.

Nele, diz Jesus, está “toda a lei e os profetas”.

É o amor, o amor sobrenatural, que o Espírito Santo depositou em nosso coração.


#ChiaraLubich 

03 setembro 2021

A caridade

Amar. Deus convoca todos os cristãos a amar. É porque, no cristianismo, o amor é tudo.

Santo Agostinho, mestre da caridade, diz em tom muito forte:

“Só o amor diferencia os filhos de Deus…

Se todos fizessem o sinal da cruz (que é um ato religioso), se todos dissessem amém e cantassem o aleluia (ou seja, se praticassem as liturgias, que são muito importantes, mas só fizessem isso…); se todos recebessem o batismo e entrassem nas igrejas, se mandassem erguer as paredes das basílicas, permaneceria o fato de que só a caridade distingue os filhos de Deus…

Quem possui a caridade nasceu de Deus, quem não a possui não nasceu de Deus. Eis o grande critério de discernimento.

Se tu tivesses tudo, mas te faltasse essa única coisa, de nada serviria o que tens. Se não tens outras coisas, mas possuis essa, cumpriste a lei…”

#ChiaraLubich 

01 setembro 2021

A VOZ DE DEUS

Queres aprender a amar? A amar a Deus, a amar os irmãos por Ele?

Não esperes um minuto, não penses demais, não te detenhas querendo amar, mas ama logo no momento presente. Amar quer dizer fazer logo, agora, já, neste minuto, a vontade de Deus, não a tua.

A vida não é feita senão de momentos presentes e, para quem quer realizar alguma coisa, são eles que têm valor.

O que conta é o presente, o momento que escapa, que para mim, para ti, para nós, deve-se apanhar no ar e viver bem, até o fim, fazendo nele o que Deus quer de nós: estudar, caminhar, dormir, comer, sofrer, vibrar, brincar…

Aprende a ouvir no âmago de tua alma a voz de Deus, a voz da consciência: ela te dirá o que Deus quer de ti em cada instante.

Implicas com o teu próximo? “Cuidado”, diz a tua consciência, “deves amar a todos, até os inimigos…”

Sentes vontade de pular na hora de estudar? “Cuidado”, diz a tua consciência, “brincarás com maior alegria depois, se fizeres o teu dever agora com perfeição”. E assim por diante…

Vivamos bem o que Deus quer no momento presente. E, como um ponto ao lado de outro ponto compõe a reta, momento ao lado de momento compõe a vida.


#chiaralubich