Aos responsáveis da Obra na região
Do II tema sobre a espiritualidade coletiva
Rocca di Papa, 5 de novembro de 1995
[…]
Jesus abandonado: sexto ponto.
Jesus abandonado, como dissemos várias vezes, é o "algo mais" da Paixão e na
Paixão. Jesus tinha perdido os discípulos e a mãe, estava para perder a vida que os
homens lhe arrancavam com a flagelação, a coroação de espinhos, os pregos, o sangue
que perdia por ter sido pregado na cruz.Restava-lhe a sua união com Deus, seu Pai. E
sujeitou-se a perder, a renunciar inclusive a ela: "Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?" (Mt 27, 46). E a tudo isso se imolava por nós.
É um "algo mais" o seu abandono que, como nós comprovamos através da nossa
espiritualidade, conduz - como também dizem os nossos Estatutos - àquele
"despojamento interior e exterior" necessário a toda e qualquer forma de unidade.
Tudo isso foi compreendido por nós desde o dia 24 de janeiro de 1944, quando,
depois de nem mesmo dois meses do que consideramos o início do Movimento, 7 de
dezembro de 1943, nos defrontamos - através de uma circunstância famosa – com essa
dor de Jesus. 24 de janeiro foi o dia em que decidimos nos doar a ele, como ao maior
amor do mundo.
Em Jesus abandonado - bem depressa compreenderemos - vimos a "chave da
unidade".
É o que testemunham algumas cartas.
Leio três trechos:
"E […] ainda não foi compreendido por vocês que o maior Ideal que o coração
humano pode ansiar - a unidade - é um vago sonho, é uma quimera, se quem o deseja
não põe em seu coração como único tudo: Jesus, abandonado por todos, também por
Seu Pai? […]"
Outra: "Somente amando, com todo o coração, Jesus abandonado, o corpo uma
única chaga, uma treva total na alma, é que a alma de vocês se formará à unidade"1.
E mais uma:
"[…] Estou convencida de que a unidade no seu aspecto mais espiritual, mais
íntimo, mais profundo, só pode ser compreendida por aquela alma que escolheu como
sua porção na vida […] Jesus abandonado que grita: "Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?' […]
"Toda luz sobre a Unidade jorra daquele grito.“Escolhê-lo para si como único
objetivo, única meta, ponto de chegada da própria vida e... gerar à Unidade um número
infinito de pessoas".
E a última parte, sempre uma cartinha:
"[…] O que falta a esse Jesus tão angustiado? Que remédio pode curar a sua dor?
Deus! É Deus que lhe falta!
“Como podemos doar-lhe Deus?
“Estando unidos, nós o teremos entre nós, e Jesus, que nascerá da nossa
unidade, vai consolar o nosso Amor abandonado!"
[…]
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