Jesus não construiu igrejas, mas não porque não era pedreiro. Frequentou o templo, mas preferiu as estradas, os montes, os campos, o lago.
Disse isso claramente à samaritana: “Vem a hora em que nem sobre esta montanha nem em Jerusalém adorarão o Pai […] Mas vem a hora − e é agora − em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade” (Jo 4, 21.23).
Um dia, tomado por zelo violento, entra no Templo de Jerusalém e varre aqueles que o profanam. Quer então dizer que aquele Templo é importante para Ele? Não, o comentário que Ele faz orienta claramente para outra perspectiva.
Com um salto de lógica típico de sua maneira de pensar, Jesus passa do templo de pedra a seu corpo, o templo verdadeiro e definitivo, que será consagrado com sua morte e ressurreição: “Destruam este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2,19).
O “mal de pedra e de tijolo” é uma das paixões dos sacerdotes, geralmente seguidos devotamente por suas comunidades. Não é mau construir igrejas e capelas. Que não se tornem, porém, o substituto do verdadeiro templo, o corpo de Cristo, que quer morrer e ressuscitar continuamente em todos os cantos da terra, também − sobretudo − nos mais “profanos”, exatamente por serem os que Ele preferiu quando viveu entre nós.
O verdadeiro culto nesse templo não é feito, em primeiro lugar, de cerimônias com cantos e incenso, mas por pessoas e comunidades que revivem a Páscoa de Jesus, no amor com que morrem uma pela outra, que as faz seres ressuscitadas, vivas. E assim dão a Jesus a possibilidade de voltar entre nós e de ir aonde ninguém vai.
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