“Que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti” (Jo 17,21).
Não podemos ir contra as evidências. A partir do momento em que Jesus rezou essas palavras − dois mil anos atrás −, onde se viu sua realização? Ou Jesus estava iludido ou vivia fora do mundo. Ou…
Exatamente, pode haver uma terceira alternativa. Era louco. O louco muitas vezes vê e vive num mundo que os “normais” não sabem imaginar, porque são “normais” e acabam se queixando justamente dessa normalidade. Pois, se forem sinceros, a normalidade é pequena, mesquinha, monótona. Mas ficam aprisionados nela.
Eles têm medo dos loucos, não por serem perigosos – poucos o são −, mas por serem livres, abrirem horizontes diferentes, sonharem. Eu me lembro de um louco que passava no meio das pessoas no enorme espaço de espera da rodoviária de São Paulo, cantando cantos natalinos − fora do tempo. A cara das pessoas traía o embaraço delas quando ele chegava perto. Quem era livre e feliz lá?
Quando Jesus reza pela unidade, canta o canto do amor no meio dos homens. Muitos têm medo, porque isso os incomoda, os tira do seu mundo costumeiro, diz uma palavra nova. Há, porém, quem o escuta e acredita. Tudo se resume nisso: ter a coragem de seguir um louco, deixar-se contagiar e contagiar outros.
Vamos nos unir à sua melodia e formar um coro.
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