Não sei como é possível não se apaixonar por
Jesus. Não sei como é que muitos o conhecem tão pouco.
Se o mundo louva o amor, quando, na verdade
idolatra muitas vezes uma pessoa, é porque procura alguém que deveria amar e
sem o qual o coração fica inquieto.
Jesus não se preocupa com a lei de Moisés.
Ele é a lei.
O trecho da adúltera é uma obra-prima
divina. Mas como dizê-lo, que palavra pode existir para explicá-lo?
Ele está ensinando. Aparecem de repente
escribas e fariseus com a mulher. Ele lê os corações: nos olhos apavorados
dela, apanhada em flagrante por fraqueza, e nos olhos deles, não tanto sedentos
de justiça como desejosos de terem matéria para acusá-lo.
São todos pecadores os que estão diante
d’Ele. Como condenar apenas a mulher? Se Jesus fosse um oportunista, se
quisesse salvar o seu prestígio junto aos escribas, teria sido fácil e lícito —
digamos — condená-la. Mas Ele, como dirá em outro lugar, não “veio para julgar, mas para salvar”!
Aqui se vê isto bem claro.
Depois... aquele escrever na terra por duas
vezes.
E aquele silêncio! E aquele insistir dos
outros que rompe o seu divino silêncio; a nobreza ao levantar-se depois de ter
escrito; e aquela frase inesperada por todos: “Quem de vós não tiver pecado,
atire a primeira pedra....”
E o colóquio
com a pecadora, sem o receio de contaminar-se.
Que
delicadeza de amor, que inquebrantável majestade, que humanidade profunda, que
se curva docemente para soerguer uma criatura do sexo frágil, que caíra por
fraqueza...
E por fim a
despedida: “Vai e de agora em diante não tornes a pecar”.
E antes:
“Ninguém te condenou?”
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