24 abril 2019

Que majestade

 Não sei como é possível não se apaixonar por Jesus. Não sei como é que muitos o conhecem tão pouco.
Se o mundo louva o amor, quando, na verdade idolatra muitas vezes uma pessoa, é porque procura alguém que deveria amar e sem o qual o coração fica inquieto.
Jesus não se preocupa com a lei de Moisés. Ele é a lei.
O trecho da adúltera é uma obra-prima divina. Mas como dizê-lo, que palavra pode existir para explicá-lo?
Ele está ensinando. Aparecem de repente escribas e fariseus com a mulher. Ele lê os corações: nos olhos apavorados dela, apanhada em flagrante por fraqueza, e nos olhos deles, não tanto sedentos de justiça como desejosos de terem matéria para acusá-lo.
São todos pecadores os que estão diante d’Ele. Como condenar apenas a mulher? Se Jesus fosse um oportunista, se quisesse salvar o seu prestígio junto aos escribas, teria sido fácil e lícito — digamos — condená-la. Mas Ele, como dirá em outro lugar, não  “veio para julgar, mas para salvar”!
Aqui se vê isto bem claro.
Depois... aquele escrever na terra por duas vezes.
E aquele silêncio! E aquele insistir dos outros que rompe o seu divino silêncio; a nobreza ao levantar-se depois de ter escrito; e aquela frase inesperada por todos: “Quem de vós não tiver pecado, atire a primeira pedra....”
E o colóquio com a pecadora, sem o receio de contaminar-se.
Que delicadeza de amor, que inquebrantável majestade, que humanidade profunda, que se curva docemente para soerguer uma criatura do sexo frágil, que caíra por fraqueza...
E por fim a despedida: “Vai e de agora em diante não tornes a pecar”.
E antes: “Ninguém te condenou?”

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