"Eu daria tudo que tivesse pra voltar aos dias de criança. Eu não sei pra que a gente cresce se não sai da gente essa lembrança..." (Ataulpho Alves)
02 abril 2019
A pérola
Nos dias de hoje, “a santidade deve sair dos conventos, marcar presença nas casas, nas escolas, nas ruas, nos escritórios, nos Parlamentos…”2, porque hoje, mais do que outrora, tomamos consciência de que também os leigos são chamados à santidade.
Então, sem estarem isolados, sem estarem protegidos por muros, sem disporem de todas aquelas precauções que a vida espiritual exigia antigamente, como poderão esses leigos encontrar a união com Deus estando no meio do mundo?
Eles, que, além de não terem coisa alguma que os proteja, estão sempre rodeados por outros homens e mulheres que, no passado, preferia-se manter afastados.
Mas eis que uma espécie de pérola começa a luzir.
O Espírito Santo, iluminando-nos com um seu carisma, nos sugeriu: justamente o irmão, a irmã, precisamente eles, que outrora podiam ser vistos como empecilhos, podem se tornar até mesmo nosso caminho para chegar a Deus, podem ser uma abertura, uma porta, uma estrada, uma passagem que leva a Ele.
Com uma condição, naturalmente: que não sejam eles a exercer influência sobre nós, com seu comportamento muitas vezes apenas humano, mas sejamos nós a influenciá-los com o nosso comportamento sobrenatural. Como? Já sabemos: amando-os. Amando-os um por um, durante o dia, o dia inteiro. Amando-os com aquela arte de amar, que é divina, por ser possível somente com o amor que o Espírito Santo infundiu em nosso coração.
E todos bem sabemos as exigências desse amor.
O que acontecerá se agirmos assim?
Acontecerá que à noite, por exemplo, durante a oração, e também durante o dia, quando, por um instante, pudermos recolher-nos sozinhos com Deus, sentiremos a sua presença.
Ele veio até nós, porque nós fomos até Ele nos irmãos.
Concretiza-se, então, aquela união experimentada que muitos de nós conhecem, mas ainda não sabem definir, nem classificar, talvez por ser nova, sensível aos sentidos da alma, que inunda o coração de amor.
E assim, com Ele presente, podemos rever cada afazer nosso.
Daí resulta, entre outras coisas, que, se logramos isso por intermédio do irmão que foi amado, ele não é apenas um beneficiado nosso, mas um nosso benfeitor, pois nos proporcionou aquilo que esperávamos de melhor.
Acontecerá, então, que, no contato com ele, sentiremos reconhecimento, o que nos porá em posição de humildade, virtude que, além do mais, muito serve ao amor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário