Da aula por ocasião da ortorga do título de doutora honoris causa em Teologia na Universidade de Santo Tomas
Manila, 14 de janeiro de 1997
Jesus, de fato – compreendemos então –, é o Verbo de Deus que se fez homem para ensinar aos homens a viverem segundo o modelo da vida trinitária, a vida que Ele vive no seio do Pai.
Ele não se contentou em evidenciar e ligar estreitamente entre si os dois mandamentos centrais do Antigo Testamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento […]. Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,37.39b). Mas ensina-nos o mandamento que Ele mesmo não hesita em definir como “seu” e “novo”, com o qual podemos viver a vida trinitária na terra: “Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros” (cf. Jo 13,34; 15,12).
O mandamento do amor mútuo vivido segundo a medida do amor de Jesus por nós, até ao abandono que nos faz plenamente um com Ele, define – como sublinhou também o Concílio Vaticano II (cf. Gaudium et spes no 22 e 24) – a visão do homem que nos foi revelada por Jesus, o coração da antropologia cristã.
Assim, quando vivemos o Mandamento Novo buscando acolher o dom da unidade em Jesus, que nos vem do Pai, a Vida da Trindade não é mais vivida somente na interioridade de cada pessoa, mas circula livremente entre os membros do Corpo Místico de Cristo.
Ele pode, assim, tornar-se plenamente o que é pela graça da fé e dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia: presença do Cristo ressuscitado na história, que revive em cada um dos seus discípulos e no meio deles.
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