25 outubro 2021

O apostolado como culto

Mas, pensando ainda nos primeiros cristãos, vemos que para eles o apostolado era, e de um modo especial, um culto.

Paulo diz: “Deus, a quem sirvo em meu espírito, anunciando o Evangelho do seu Filho, é testemunha…” (Rm 1,9).

Anunciando o Evangelho, o apóstolo faz a vontade de Deus e se oferece como vítima.

Anunciando o Evangelho, o apóstolo faz ainda um verdadeiro sacrifício, oferecendo a Deus os convertidos por ele, que aparecem como vítimas transformadas pelo Espírito Santo de “carnais” em “espirituais” (cf. Rm 15,16).

Muitas vezes, eles eram chamados “primícias” (termo usado geralmente para o culto): “Nós, porém, sempre agradecemos a Deus por vós, irmãos queridos do Senhor, porque Deus vos escolheu como primícias” (2Ts 2,13).

Não é talvez este o culto característico, que também o nosso Movimento eleva a Deus?

No fundo, a ação da nossa Obra não é senão converter-nos e reconverter-nos a Deus, e converter e reconverter muitas e muitas pessoas.

Também nós temos, em nós e em muitos, vítimas espirituais e primícias a oferecer a Deus no mundo inteiro.

Portanto, sintamo-nos felizes porque a nossa vida, toda a nossa existência, vivida segundo as linhas que nos foram dadas por Deus e são abençoadas pela Igreja — vontade de Deus para nós — é um culto contínuo, que oferecemos a Deus, é expressão genuína do sacerdócio real que nos investe a todos.

1 “(E) naquele momento tudo se inverte. Em Jesus, a vontade humana, como no Getsêmani, consente. “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.” Desaparece o abismo do desespero como uma gota de ódio irrisória no abismo infinito do amor. A distância entre o Pai e o Filho não é mais o lugar do inferno, mas do Espírito” (Bartolomeu I, 1994, p. 7).

2 “Tudo está consumado”. [N.d.T.]

3 Remetendo “explicitamente nas mãos do Pai divino o eterno vínculo de união que a Ele o unia, o Espírito Santo”, Jesus experimenta “até o fim o abandono completo também po r parte do Pai”, morre “nas trevas extremas abandonadas pelo Espírito” (Balthasar, 1969, pp. 30-48).

4 “Não sabeis que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados? Portanto, pelo Batismo nós fomos sepultados com Ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova” (Rm 6,3-4).

#ChiaraLubich 

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