Jamais entenderemos bastante o valor de viver o momento presente (cf. Mt 6,34). Talvez nos pudesse dizer alguma coisa o fato de os famosos mestres da alma aconselharem os agonizantes a viverem o momento presente.
Acontece que, se eu vivo o presente, Deus está comigo em sua vontade para mim naquele momento e em sua graça atual. Se não vivo, Deus não está comigo, nem eu estou com Ele.
Muitas vezes, afanamo-nos em busca de caminhos para chegarmos a Ele, para sermos melhores, para nos tornarmos santos.
Mas para que procurar caminhos se o Caminho é Ele (cf. Jo 14,6), e Ele, Eterno Presente, está lá, à espera de poder colaborar conosco em cada momento da vida que nos é dada, para agir conosco e em nós, e nos fazer realizar obras dignas de filhos de Deus?
Se é de provações que precisamos, se é de angústias, e de dores, e de mortificações, e de agonias que sentimos exigência para quebrar este tranquilo e enfadonho viver humano, para moderar a correria na corrente comum do mundo e ascender aos píncaros límpidos do divino, Ele saberá apresentar-se, no presente, nas circunstâncias dolorosas e inevitáveis da vida, nas leis perenes e imutáveis da Igreja, que repete com Cristo de mil maneiras: “Renuncia-te a ti mesmo, e toma a tua cruz” (cf. Mt 16,24).
Enfim, a vida seria simples. Nós é que a complicamos.
Bastaria inserirmo-nos bem no presente com todas as suas alegrias, os seus imprevistos, as suas labutas e os compromissos obrigatórios, e tudo fluiria por si, como se fôssemos levados por um possante foguete rumo à eternidade ditosa.
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