29 agosto 2020

Arte que exige empenho, arte com fortes exigências…

É uma arte que pretende que se vá além do horizonte restrito do amor simplesmente natural, muitas vezes dirigido quase unicamente à família e aos amigos. Aqui, o amor deve ser orientado a todos, ao simpático e ao antipático, ao bonito e ao feio, ao conterrâneo e ao estrangeiro, de minha religião ou de outra, de minha cultura ou de outra, amigo, ou adversário, ou inimigo que seja. É preciso amar a todos como o Pai celeste que manda Sol e chuva sobre bons e maus.

É um amor que estimula a amar primeiro, sempre, sem esperar ser amado. Como fez Jesus Cristo, o qual deu a vida por nós, quando ainda éramos “maus” e, portanto, não amávamos.

É um amor que considera o outro como a si mesmo, que vê a si mesmo no outro. Dizia Gandhi: “Tu e eu somos uma só coisa. Não te posso fazer mal, sem me ferir”.

Esse amor não é feito apenas de palavras ou de sentimento, é amor concreto. Exige que nos “façamos um” com os outros, que “vivamos”, de certo modo, o outro em seus sofrimentos, em suas alegrias, em suas necessidades, para entendê-lo e poder ajudá-lo com eficácia.

Essa arte pretende que amemos Jesus na pessoa amada. De fato, embora esse amor seja dirigido a determinado homem, a uma mulher em especial, Cristo considera como feito a si tudo o que a eles se fez de bom e de ruim. Ele disse e repetiu, falando da cena grandiosa do juízo final: “Foi a mim que o fizestes… Foi a mim que o fizestes” (cf. Mt 25,40).

Vivida por muitas pessoas, essa arte de amar leva ao amor mútuo: na família, no trabalho, nos grupos e no campo social. Amor recíproco, pérola do Evangelho, Mandamento Novo de Cristo, que constrói a unidade.

São essas as características do amor verdadeiro. São as exigências que o tornam especial e que inferimos do Evangelho. 

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