11 julho 2017

UM AMOR QUE UNE CÉU E TERRA

Do diário 
      13 de dezembro de 1968


      Quando algum amigo nosso, ou parente, parte para a Eternidade, dizemos que “faltou”, consideramo-lo desaparecido.

      Mas não é assim. Se raciocinarmos deste modo, que tipo de cristãos somos? E onde está a fé na Comunhão dos Santos?

      Nenhum daqueles que entram no seio de Deus está perdido, porque, se alguma coisa tinha realmente valor no irmão, que agora teve a vida transformada, mas não tirada, essa era a caridade. Sim, porque tudo passa. Com a cena deste mundo, passam até as virtudes da fé e da esperança. A caridade permanece.

      Ora, o amor que nosso irmão nos dedicava, o amor verdadeiro porque radicado em Deus, esse amor perdura. E Deus não é tão pouco generoso conosco a ponto de nos tirar o que Ele mesmo nos havia dado.

      Agora, Ele no-lo dá de outra maneira. E aquele irmão, aqueles irmãos continuam a nos amar com uma caridade que agora não sofre mais altos e baixos, mas cresce. […]

      Não, nossos irmãos não estão desaparecidos. Eles estão do lado de lá, como se tivessem saído de casa para ir a outro lugar e, por isso, não os consideraremos desaparecidos.

      Eles estão na Pátria Celeste e, por meio de Deus em quem estão, podemos continuar amando-nos mutuamente, como o Evangelho nos ensina. Então, a Comunhão dos Santos será cada vez mais uma realidade e viver essa realidade da nossa fé haverá de preparar também a nós para o grande dia, com toda a simplicidade, pois quem possui Deus como único tesouro na vida não deve temer a morte: ela é apenas a porta para uma posse maior Dele.


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