Como devemos nos comportar quando surge uma dor? É possível amar a dor?
A dor não pode ser amada em si mesma, porque é um não-ser: a doença é a não-saú
de; a dor, angústia são a não-alegria. A dor é sempre uma negação de algo.
Quem deve ser amado é Jesus crucificado e abandonado, que está presente em
qualquer sofrimento e em cada pessoa que sofre.
Conta-se que santa Catarina de Sena, quando era ainda menina, fazia muitas obras
de caridade. Certo dia, porém, ao encontrar um pobre, obrigada a responder-lhe: «Não
tenho nada». No entanto, em seguida se lembrou de que carregava uma correntinha no
pescoço. Tirou-a e deu-a ao pobre.
Durante a noite apareceu-lhe Jesus com uma cruzinha maravilhosa na mão, toda
incrustada de pedras preciosas, e disse: «Conheces esta cruzinha?»
«É aquela que me deste ontem, na pessoa daquele pobre», acrescentou Jesus.
Jesus escondera-se na figura do pobre, como se esconde na figura do faminto, do
sedento, do desnudo... E não só na figura do irmão, mas também em nós; se estamos
doentes, por exemplo, Jesus está presente. E o que for feito a nós, nessa ocasião, será
Portanto, como devemos nos comportar quando a dor se apresenta? Deve-se ir ao
fundo do coração e dizer: «Jesus, eu quero seguir-te, mesmo na cruz, mesmo abandonado,
e esta é a oportunidade. Ofereço-te esta dor, estou feliz por ter esta dor para te doar».
E, em seguida, nos lançamos no amor ao próximo, ou continuamos a fazer alguma
Em geral, se forem sofrimentos espirituais, passam; e assim podemos de novo retomar
a caminhada da vida na paz e na alegria.
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