10 janeiro 2017

Não se pode amar a dor


Como devemos nos comportar quando surge uma dor? É possível amar a dor? 
 A dor não pode ser amada em si mesma, porque é um não-ser: a doença é a não-saú
de; a dor, angústia são a não-alegria. A dor é sempre uma negação de algo. 
 Quem deve ser amado é Jesus crucificado e abandonado, que está presente em 
qualquer sofrimento e em cada pessoa que sofre. 
 Conta-se que santa Catarina de Sena, quando era ainda menina, fazia muitas obras 
de caridade. Certo dia, porém, ao encontrar um pobre, obrigada a responder-lhe: «Não 
tenho nada». No entanto, em seguida se lembrou de que carregava uma correntinha no 
pescoço. Tirou-a e deu-a ao pobre. 
 Durante a noite apareceu-lhe Jesus com uma cruzinha maravilhosa na mão, toda 
incrustada de pedras preciosas, e disse: «Conheces esta cruzinha?» 
 «É aquela que me deste ontem, na pessoa daquele pobre», acrescentou Jesus. 
 Jesus escondera-se na figura do pobre, como se esconde na figura do faminto, do 
sedento, do desnudo... E não só na figura do irmão, mas também em nós; se estamos 
doentes, por exemplo, Jesus está presente. E o que for feito a nós, nessa ocasião, será 
 Portanto, como devemos nos comportar quando a dor se apresenta? Deve-se ir ao 
fundo do coração e dizer: «Jesus, eu quero seguir-te, mesmo na cruz, mesmo abandonado, 
e esta é a oportunidade. Ofereço-te esta dor, estou feliz por ter esta dor para te doar». 
 E, em seguida, nos lançamos no amor ao próximo, ou continuamos a fazer alguma 
Em geral, se forem sofrimentos espirituais, passam; e assim podemos de novo retomar 
a caminhada da vida na paz e na alegria. 

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